27 de julho de 2024   
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Para concluir: as barragens que a Junta apresenta, acabadas ou em acabamento até ao fim de 1948, devidas exclusivamente à engenharia nacional, são cinco: uma de terra, de 15 metros de altura (Magos); duas de perfil de gravidade, de 29 metros e de 53 ͫ ,50 de altura (Burgães e Idanha, respectivamente); uma de enrocamentos e cortiça-estanque metálica na face de montante, de 62 ͫ ,76 de altura (Pego do Altar), e uma mista de enrocamentos, cortiça asfáltica e terra, de 51 metros de altura (Vale de Gaio).
Cria a barragem da Idanha – Barragem Presidente Carmona – um lago de 77 milhões de metros cúbicos, de custo igual a 26.731 contos e $34(4) por metro cúbico de capacidade. Criam as barragens de Vale do Sado – Barragem Salazar –, levantada em Pego do Altar, e a de Vale do Gaio, no Xarrama, albufeiras de capacidades e custos iguais, para a primeira, a 94 milhões de metros cúbicos, 81.590 contos e $86(8) por metro cúbico de capacidade, e, para a segunda, iguais a 62,6 milhões de metros cúbicos, 69.519 contos e 1$11 por metro cúbico igualmente de capacidade.
A Hidráulica Agrícola tem um plano que, para ser cumprido, há-de carecer sempre de técnicos de mocidade no entusiasmo e nas aspirações, de devoção ao dever, da oferta, generosa e sem conta, da saúde que se gasta, da vida que foge e não volta, servidos pelo sentimento nobre de nunca invejar aos outros o que não se sabe fazer e da firmeza de carácter contra aliciantes solicitações tendentes ao enfraquecimento e à divisão.
Tal plano é o da rega de 90.000 hectares de projectos estudados e apresentados, da produção de quase 450 milhões de quilovátios-hora de energia hidroeléctrica simultânea da rega, com estudos igualmente feitos e apresentados, para um dispêndio total de uns 2,5 milhões de contos, dos quais já está gasta uma quinta parte.
Engenharia e agronomia, esta sempre sob a chefia de um engenheiro agrónomo, vice-presidente da Junta, Carlos Helbling, nos primeiros meses de 1936, Guilherme Sheppard Cruz a seguir e até hoje, que lhe deram o prestígio da competência e o exemplo de leal dedicação sem reservas, têm trabalhado na Hidráulica Agrícola de mãos dadas, numa ânsia de honrar função e lugares. E num balanço a mais de treze anos de trabalho de direcção efectiva da Junta, decorridos de 1934 até hoje, o signatário afirma que jamais os seus colaboradores escolheram o caminho fácil e cómodo da mediocridade, que não é o do dever; e nota ainda que, além da sua própria conta, não se procure outra para lançar os erros e as faltas, já porque aqueles e estas integralmente lhe pertencem, já porque não partilha com ninguém deficiências pessoais. Nunca aprendeu como isso se faz, como nunca aprendeu a deixar de ser grato até pelo mal e imperfeitamento que de si julguem.

António Trigo de Morais
Presidente e Director da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola
(Fim)

(Parte XCII de …)


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (092)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – HIDRÁULICA AGRÍCOLA – António Trigo de Morais – Presidente e Director da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola)

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