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16 DE FEVEREIRO DE 1935
Salazar doutrina: «É pensamento dominante da administração nada se fazer sem plano, não o modificar em plena execução e não o deixar em meio para o trocar por programas a que chamarei de «apetite». Em Janeiro de 1935 Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas e Comunicações – que sempre lembro com profunda saudade e com a mais alta admiração –, cofiou ao engenheiro civil vice-presidente da Junta e director das obras de hidráulica agrícola o encargo de lhe apresentar um «plano de estudo dos aproveitamentos que, realizado, assegurasse resultado prático e económico e constituísse estímulo, nesta 1.ª fase de hidráulica agrícola em Portugal, para maiores empreendimentos futuros». ------------------------------------------------------------------------------------------------ Apresentado o plano, Duarte Pacheco reorganiza a Junta com o decreto n.º 25.049, de 16 de Maio de 1935, e solta o rumo: Passada esta fase de estágio, chega agora o momento de a Junta exercer acção técnica e social, traduzida em obras que obedeçam a um plano geral de conjunto e assegurem nos seus resultados maior desenvolvimento de cultivos de exportação e, acima de tudo, de abastecimento do País, em condições de preço que sejam estímulo do aumento da capacidade do mercado interno, fonte principal da receita da agricultura e da Fazenda, e crie interesse dos que amanham, vivem e amam a terra, pela redução ao mínimo das contingências da produção. Tal resultado só pode ser obtido com a rega, pela riqueza, pas e bem-estar moral e social que, assegura aos que a praticam, razão que coloca o problema da política hidráulica na vanguarda dos problemas do fomento instantes e prementes da hora presente em todos ao países cultos. O Governo confirma esta orientação, entregando definitivamente à Junta a direcção dos estudos e obras de aproveitamentos hidroagrícolas no continente da República. Ao decreto reorganizador se seguem as portarias de 16 e 27 de Maio de 1935, com a composição da Junta. E não deve ser frequente nem a amizade, nem o respeito, nem a independência que regista o longo período de quase onze anos de trabalho em comum da Junta e da Direcção das Obras de Hidráulica Agrícola. A explicação é simples: aquela foi constituída por homens eminentes, de conselho esclarecido, generoso e seguro nos múltiplos aspectos da hidráulica agrícola; a Direcção soube escutar e diligenciou actuar com prontidão, probidade e reconhecimento. (Continua)
(Parte LXXXVIII de …)
15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (088)
(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – HIDRÁULICA AGRÍCOLA – António Trigo de Morais – Presidente e Director da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola) Consultar todos os textos »»
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