16 de julho de 2024   
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HIDRÁULICA AGRÍCOLA
Marcos de uma jornada e algumas notas técnicas

8 DE SETEMBRO DE 1930

O velho desejo de aumentar a riqueza da terra através da hidráulica agrícola, pela correcção das condições de desfavor do meio físico, teve no decreto n.º 18.865, de 8 de Setembro de 1930, a arrancada inicial. Assim se saiu de uma aspiração cujo rasto ainda em 1918 o antigo Ministro da Monarquia e economista Anselmo de Andrade dava, em nova edição do seu Portugal Económico, num lamento que não será inoportuno recordar: … De longe em longe ordenam-se estudos e fazem-se planos. Fazem-se e desfazem-se. São novos trabalhos de Penélope. Dão-se os primeiros passos, que ficam quase sempre perdidos.
Os primeiros 100.000 contos, a despender no primeiro período de dez anos, foram atribuídos à rega das terras, a fazer por organismo autónomo, a que seu o nome de Junta Autónoma de Obras de Hidráulica Agrícola. E se o decreto com força de lei n.º 20.329 de 19 de Setembro de 1931, justifica o seu próprio aparecimento por o legislado (um ano antes) não ter atingido «os objectivos que lhe tinham sido atribuídos» por «inconveniente organização dos serviços executivos», a verdade é que a hidráulica agrícola tinha sido criada e à sua acção tinham sido dados, desde início, os meios materiais para poder passar de aspiração a obra.
Subscrevem os decretos-base SS. Ex.ªˢ os Ministros das Finanças, Prof. Doutor António de Oliveira Salazar, e da agricultura, coronel Henriques Linhares de Lima, e num esforço dedicado se caminha até à entrada de 1935. O balanço de 31 de Dezembro de 1934 acusa esta realidade: 21.457 contos já despendidos com a hidráulica agrícola, uns 19.000 contos da dotação extraordinária e quase 2.500 contos da ordinária.
Em contrapartida, soma elevada de elementos de natureza agronómica, económico-social e de engenharia hidráulica aplicada, mais o estudo dum projecto aprovado – o do Paul de Matos –, era o activo valioso.
Coronel Henriques Linhares de Lima, engenheiro civil António Gentil Soares Branco, engenheiros agrónomos Carlos Ernesto Helbling e Mário da Cunha Fortes são nomes credores de respeito pelo muito que fizeram pela hidráulica agrícola, o primeiro como presidente da Junta que criou, os outros como técnicos e directores de serviço dedicados.
(Continua)

(Parte LXXXVII de …)


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (087)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – HIDRÁULICA AGRÍCOLA – António Trigo de Morais – Presidente e Director da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola)

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