16 de julho de 2024   
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Seguidamente estendia-se o estudo do aproveitamento hidroeléctrico do Zêzere a todo o seu curso inferior, apresentando-se o plano geral relativo ao troço entre Cambas e a confluência no Tejo, que compreendia os aproveitamentos do cabril, Ponte de Bouçã, Castelo do Bode – conclusão do estudo hidrológico – e Constância. Para a execução da obra de Castelo do Bode foram apresentados novos anteprojectos – mais aprofundados quanto ao equipamento da central e de certos órgãos acessórios – pela firma Siemens e pelo engenheiro consultor Coyne. Com a apresentação destes trabalhos e do plano geral do aproveitamento do sistema do Cávado-Rabagão (barragens de Paradela, Venda Nova, Lavandeiras e Caniçadas e centrais de Vila Nova, Fornelos e Amares) ficou o Governo habilitado a iniciar o grande plano de produção hidroeléctrica considerado na lei de electrificação de 1944, pela construção de dois sistemas capazes de produzirem, em conjunto, mais de um bilião e duzentos milhões de quilovátios-hora anuais, ou seja, mais do dobro da produção actual de energia eléctrica em todo o País, ou do quádruplo da actual produção hidroeléctrica.
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A par destes desenvolvidos estudos, tornava-se cada vez mais acentuada a intervenção técnica dos serviços hidráulicos nos trabalhos das concessionárias, no que respeita quer à concepção dos seus planos de aproveitamentos, quer à perfeição da execução das suas obras, em harmonia com a crescente responsabilidade que estas iam assumindo; intervenção que, considerada a princípio como hostilidade, veio depois a ser recebida com a melhor boa vontade, transformando-se, por vezes até, em franca colaboração.

Obras nos portos e nas costas marítimas. – Desenvolvida foi a acção dos serviços neste período, não só em obras de defesa de praias e falésias, mas também em obras de arranjo e embelezamento de estância balneares. Entre as primeiras, são de mencionar as de defesa da vila de Espinho, ainda em execução, e da paria de Moledo do Minho; as de consolidação da falésia na Ericeira e em outros locais da zona litoral entre Peniche e Lisboa.
Vários planos de arranjo e embelezamento de praias foram preparados. Desses, alguns tiveram execução e outros foram iniciados, nomeadamente nas praias da Costa do Sol e na de Monte Gordo, no Algarve.
Os planos de arranjo das zonas de exploração e expansão dos portos, cujos melhoramentos foram concluídos ou estão em execução, foram discutidos com vista à sua melhor conjugação com as zonas urbanizadas adjacentes e à melhor ligação com as vias de comunicação terrestres que os servem. Alguns dos planos mereceram já aprovação superior, como os de Setúbal, Olhão e Vila Real de Santo António.
Outros estão ainda em estudo, como os de Viana do Castelo, Leixões, Aveiro, Figueira da Foz, Peniche, Lagos, Faro, Funchal, Ponta Delgada e Horta, ou porque precisem de ser definidos determinados pormenores relativos às instalações do porto, ou porque algumas questões da urbanização da povoação estejam ainda por ultimar.
Mais importante, pelo seu grande alcance económico, foi, porém, a obra desenvolvida nos grandes melhoramentos dos portos. Esta pode desdobrar-se em dois períodos, correspondentes às duas fases do plano portuário.
(Continua)


(Parte LXXXIII de …)


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (083)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – HIDRÁULICA – Duarte Abecasis – Director Geral dos Serviços Hidráulicos)

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