7 de dezembro de 2024   
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ESTAÇÃO NAVAL DO ALFEITE

A Estação Naval do Alfeite é um conjunto de instalações próprias para o estacionamento dos navios (de superfície e submersíveis) em boas condições de abrigo, e segurança e ligação com a terra e para o funcionamento dos serviços de marinha que mais directa ligação têm com a vida e actividade das unidades navais.
Situada na enseada da Margueira, imediatamente a oeste do Palácio do Alfeite, dá-lhe acesso a praça fronteira ao Palácio, que o faculta também ao Arsenal, à Escola Naval e à Intendência da Marinha do Alfeite, funcionando, assim, como recinto de distribuição do pessoal, militar e civil, que, da margem norte do Tejo, segue para o grupo de instalações constituído por todos esses importantes estabelecimentos da marinha. Tem ainda acesso pelo lado da Cova da Piedade, para servir o pessoal que vive naquela localidade e noutras vizinhas, ou vem de Lisboa para Cacilhas.
Para a construção da Estação previram-se duas fases de obras. Na 1.ª fase foram consideradas as necessidades dos navios então existentes; na 2.ª, a realizar quando o estado de adiantamento da execução do programa naval o justificasse, atender-se-ia às de todas as unidades nela previstas, deixando margem ainda para possível desenvolvimento futuro das forças navais.
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A 1.ª fase está quase concluída, e nela devemos distinguir as instalações marítimas, para o estacionamento e amarração dos navios, operações de carga e descarga, embarque e desembarque do pessoal e alagem de embarcações; e as terrestres, para alojamento dos órgãos e serviços que o Ministério da Marinha, para melhor rendimento dos mesmos e do trabalho a bordo das unidades, julgou conveniente instalar na imediata vizinhança do quadro de amarração dos navios.
Para constituir as primeiras foram realizados grandes aterros, por desmonte do chamado Alto do Timbolim, conquistando-se ao rio uma enorme área, onde entestam os órgãos da amarração e onde foi implantada grande parte dos edifícios; volumosos trabalhos de dragagem, para a formação de ampla bacia de flutuação, com seu canal de acesso, obras de defesa das margens, muro-cais acostável e respectivos terrapleno, grupos de Duques de Alba, com seus passadiços de ligação com a terra, ponte-cais para submersíveis, desembarcadouro, molhe de abrigo, etc.
Para criar as segundas seguiu-se a construção de edifícios para os serviços marítimos, serviços de abastecimentos, serviço de material de guerra e tiro naval, casernas, refeitório e cozinha, casa de oficiais, casa de sargentos, casa de marinheiros, casa da guarda, cantina para pessoal civil, campo de jogos, arruamentos, etc.
Não cabe neste breve descritivo explanar as funções que a todas estas instalações correspondem, nem pormenorizar a sua contextura. Merecem, porém, ligeira referência as do serviço de abastecimentos, as mais volumosas e destacantes no conjunto das edificações e que, precisamente pelo seu grande desenvolvimento, podem parecer excessivas a quem desconheça o importante papel que esse serviço desempenha na marinha.
(Continua)

(Parte LXXV de …)


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (075)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – BASE NAVAL DE LISBOA – Joaquim de Sousa Uva – Capitão de Fragata – Presidente da Comissão de Obras da Base Naval de Lisboa)

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