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ESTÁDIO NACIONAL
Um grande parque, sem luxo, de relvados frescos e árvores copadas, onde a gente de Lisboa brinque, ria, jogue, tome o ar puro e verdadeiramente se divirta em íntimo contacto com a Natureza! Esta foi a promessa feita por Salazar aos desportistas quando lhe pediram um estádio. Para dar realização ao programa definido na frase acima transcrita foi criada a Comissão Administrativa das Obras do novo Estádio de Lisboa, e assim surgiu o plano geral, em execução desde 1939. Foi projectado tendo em vista que o Estádio deverá ser, acima de tudo, uma escola de desporto e lugar de recreio saudável para que todos possam fazer duradoira a sua mocidade em benefício de Portugal, e para isso se procurou dotá-lo, não só com as instalações destinadas às grandes competições espectaculares, mas também com as que permitissem a prática desportiva a todos quantos a desejam sem outro intuito que não seja o de colher os benefícios do seu exercício. Nesta ordem de ideias se definiram as modalidades desportivas que mais convinham – atletismo, futebol, râguebi, ténis, natação, hipismo, etc. –, a fim de disseminar as respectivas instalações na vasta área de 204 hectares, que constituirá o parque do Estádio Nacional, em grande parte plantado nas duas encostas do Esteiro de Santa Catarina, nas quais, além de algumas dezenas de quilómetros de estrada e caminhos marginados por sebes vivas, se encontram plantadas cerca de quinhentas mil árvores e arbustos de várias espécies, que virão a constituir uma mata mista, de extraordinária beleza, transformando o árido verde do Jamor em lugar ideal de recreio, já hoje bastante frequentado. O acesso ao vasto parque está assegurado, conforme a prática já demonstrou, não só pela estrada marginal e pela auto-estrada, mas pelas vias de eléctricos e caminho de ferro, para o que se construíram estações privativas a poucas centenas de metros das várias instalações. Foram as obras iniciadas pela construção do estádio para atletismo e futebol, atendendo a que, sendo esta a modalidade mais preferida, certamente imporia, pelas grandes massas de público a que interessa, problemas de circulação e arrumação que demandariam uma vasta área e, por isso, um minucioso estudo da localização; sem esquecer que seriam as suas instalações as que mais haviam de prestar-se para realizar grandes festivais desportivos de carácter nacional, como os já efectuados pela Marinha, pelo Exército e pela Mocidade Portuguesa, em afirmações inesquecíveis de vitalidade, que por si só explicariam a existência do Estádio Nacional. (Continua)
(Parte LVIII de …)
15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (058)
(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – Estádio Nacional – Júlio José Netto Marques – Presidente da Comissão Administrativa das Obras do Novo Estádio de Lisboa) Consultar todos os textos »»
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