7 de dezembro de 2024   
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À primeira fase, de quatro anos, e à segunda, de quinze, seguiu-se a que hoje atinge plena maturação, obtida em vinte e um anos. O plano geral, elaborado pela comissão directora nomeada em 1923, realizou-se progressivamente até agora.
Na primeira fase, depois de 1927, foram construídos, como atrás dissemos, em três e em cinco meses. Os pavilhões A e B, para aí se iniciarem os tratamentos especializados pelo rádio e pelos raio X.
Além da interferência do Estado nessa primeira fase, muito ficámos devendo ao auxílio de particulares: Carlos Empis, com dinheiro; João Ulrich, pelos benefícios obtidos do Radium Belge, e a Exma. Sra. condessa Emo Capodilista - a única que. Infelizmente, não pôde ver a instituição pela qual tanto e tão inteligentemente se interessou, cedendo em excepcionais condições o terreno onde ela hoje se ergue.
Nos pavilhões A e B trataram-se até agora centenas de doentes, já o disse, e educaram-se profissionais, hoje plenamente conscientes de todo o progresso da moderna terapêutica. Mas, nessas precárias instalações podemos ver, com a morte de uma empregada e a grave doença de duas - com doenças curáveis quando a vigilância é cuidada -, a grave responsabilidade da administração de uma casa como esta em que nos encontramos. Já dissemos quanto o pessoal e os doentes devem ao Sr. Presidente do Conselho - por ter criado o pavilhão do rádio.
E se à inteligente compreensão do Sr. Presidente do Conselho - digo-o mais uma vez - se deve o pavilhão do rádio, a mais bela e a mais proveitosa construção para a vida e para a saúde do pessoal e dos doentes, muito haveria ainda a obter para a saúde de quantos aqui trabalham.
No decorrer desta rápida descrição deixámos propositadamente sem referência o pavilhão D. É o asilo-hospital. Barato, rápido na construção, custou, em 1943, 10 contos por cama pronta a receber doentes.
Hoje custaria bem mais; mas a construção do 《hospital perfeito》exige o dispêndio de quantia superior a 100 contos por cama, quando há boa administração. O que prova a utilidade dos asilos-hospitais.
Todo o estudo feito nestes anos, através do progressivo crescimento das instituições criadas para a luta contra o cancro, quer sob o ponto de vista administrativo, quer sob o ponto de vista dos serviços clínicos e de enfermagem, habilita o Governo a complicar a sua obra, juntando à bela anatomia que lhe deram a fisiologia indispensável.
Pessoal em número bastante, remunerado convenientemente, pode garantir a obra de luta contra o cancro.
Quando se difunde pelas províncias esta obra? O estudo dos centros está feito e o interesse do Governo é garantia da sua próxima realização.

Francisco Gentil
Presidente das Comissões Técnicas dos Hospitais Escolares e do Instituto Português de Oncologia

Parte L de …)


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (050)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – Novos Edifícios Escolares. Hospitais – Instituto Português de Oncologia. Francisco Gentil – Presidente das Comissões Técnicas dos Hospitais Escolares e do Instituto Português de Oncologia

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