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Dado o grande volume de trabalhos a realizar, foi estabelecido que o Ministro das Obras Públicas e Comunicações mandaria abrir um concurso público geral para a execução, por empreitada, no prazo de três anos, de todas as plantas topográficas das povoações do continente e ilhas adjacentes que delas necessitem. Fixadas as condições desse concurso e as condições técnicas e administrativas para o levantamento das plantas topográficas, foi o mesmo aberto em 1 de Julho de 1935. Mas anularam-se, por não convirem aos superiores interesses do Estado as propostas apresentadas, mandando o ministro estudar, por uma comissão para tal fim nomeada, novas bases para um segundo concurso, que se realizou em 31 de Outubro do mesmo ano e que foi também, e pelas razões, anulado. Só em Maio de 1938, com o regresso ao Ministério do ilustre engenheiro Duarte Pacheco, se volta a pensar na resolução de tão importante como basilar problema. Em 7 de Junho, poucos dias depois da sua posse, nomeia uma comissão, que encarrega de rever o problema e de propor novas bases de concurso que tornassem possível a sua urgente resolução. ------------------------------------------------------------------------------------------------- Essencialmente, as novas bases de execução dos trabalhos de levantamento das plantas topográficas diferiam das anteriores no seguinte:
a) Fraccionamento do número total de centros urbanos a levantar em cinco grupos regionais, de grandeza sensivelmente igual, quatro deles formados por povoações do continente e o quinto por povoações das ilhas adjacentes; b) Limitação dos métodos de levantamento das plantas topográficas aos aerofotogramétricos; c) Fixação de um maior rigor dos levantamentos a efectuar, tendo em vista a universalidade das suas aplicações futuras; d) Determinação das superfícies dos levantamentos, compreendendo sensivelmente um terço de área já urbanizada e dois terços não urbanizada.
Foram escolhidos os métodos aerofotogramétricos para execução das plantas topográficas, não só por permitirem obter, em igualdade de condições económicas, uma riqueza de pormenores maior que a obtida pelos métodos clássicos, e também porque as fotografias aéreas, os mosaicos fotográficos e os fotoplanos podem fornecer ao urbanista uma imagem real dos terrenos a urbanizar, facilmente compulsável no gabinete, mas ainda por tornarem possível uma maior rapidez de execução das plantas topográficas, que o fraccionamento indicado do total dos trabalhos deveria facilitar. Propositadamente, não se limitou o limite de escala das fotografias aéreas, para permitir a execução das plantas topográficas por qualquer dos métodos aerofotogramétricos: de transformação ou projecção simples (Roussilhe), estereoscópico e de projecção dupla. As restantes condições impostas ao trabalho justificam-se, naturalmente, pela sua finalidade. Realizado o concurso público em 8 de Setembro, foi adjudicado o levantamento das plantas topográficas de cento e nove povoações a uma das empresas concorrentes e o de quarenta e quatro povoações a outra. A superfície total a levantar eleva-se então, aproximadamente, a 20.500 hectares. A adjudicação do levantamento das plantas das povoações das ilhas adjacentes não pôde efectuar-se, em virtude de se terem considerado demasiadamente elevados os preços propostos pelos concorrentes. Com a assinatura dos contratos relativos às empreitadas acima referidas se lançaram em 27 de Fevereiro de 1939 as sementes de seara cuja colheita está prestes a terminar.
(Continua)
(Parte XXXIX de …)
15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (039)
(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – Levantamentos Topográficos Urbanos – Raul da Costa Couvreur – Presidente da Comissão de Fiscalização dos Levantamentos Topográficos Urbanos) Consultar todos os textos »»
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