19 de abril de 2024   
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Para se ajuizar melhor da grande importância dada à publicação através da distribuição de monografias aos visitantes da Exposição bastará lembrar que é de trinta e cinco o número das que se organizaram, que os assuntos nelas versados abrangem, praticamente, todas as espécies de actividade documentadas no certâmen, e que as tiragens vão até cinquenta mil de cada uma, isto é, ultrapassam, em globo, um milhão e setecentos mil exemplares.
Outro meio aproveitado para registo e difusão do conhecimento das obras realizadas foi o documentário cinematográfico. Não foi fácil a tarefa de estabelecer um programa que permitisse a preparação de um filme cuja extensão, ou melhor, cujo tempo de exposição não excedesse, sem fadiga, os limites do admissível.
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Nas suas linhas gerais, a orgânica da Exposição pôs de lado a divisão do antigo Ministério pelos respectivos serviços, antepondo-lhe o critério de que ele constituía, por si, um conjunto. Deste modo, a documentação das obras realizadas agrupa-se por assuntos, independentemente do serviço que nelas teve intervenção.
E, assim como para a execução duma obra se congregam circunstâncias várias, traduzidas nas fases de elaboração do projecto e da sua efectivação, para a qual se requerem dinheiro e agentes de estudo e de execução, assim também os elementos trazidos à Exposição se classificaram em três grandes capítulos: o «preparo», a «execução» e os «meios adstritos». Na arrumação dos que respeitam às obras executadas consideraram-se, na recinto da Exposição, três grandes secções: «Urbanização», «Hidráulica» e «Comunicações», desdobrada ainda a primeira em duas subsecções, com características distintas, «Edifícios» e «Outros trabalhos de urbanização» (abreviadamente designada por «Urbanização», isto é, a parte servindo-se do nome todo), e criando-se um grupo misto, «O problema da habitação», em que se reúnem, evidentemente, assuntos comuns às duas subsecções referidas. A estas secções e subsecções correspondem pavilhões diferenciados.
De entre os edifícios que constituem o magnífico conjunto do Instituto Superior Técnico foi possível aproveitar, com pequenas adaptações, o pavilhão das oficinas e o de educação física, destinados, o primeiro, a «Edifícios», nos pavimentos superiores, e a restaurante e respectivos anexos, no inferior, e o segundo à «Urbanização».
Para alojamento do restante recheio a expor construíram-se, com carácter eventual, dois grandes pavilhões, cada um com cerca de 1.500 metros quadrados de superfície coberta, destinados à «Hidráulica» e às «Comunicações», e um conjunto de três outros, mais pequenos, ligados por uma galeria coberta, onde se instalaram os elementos respeitantes a «O problema da habitação».
Uma parte importante do edifício principal do Instituto é ainda utilizada pela Exposição e pelos dois congressos. A primeira ocupa ali alguns espaço com a apresentação de uma síntese geral da obra realizada – onde, portanto, têm cabimento os elementos coligidos acerca dos «Meios adstritos» – com a consagração solene das altas individualidades que impulsionaram a mesma obra; locais de exposição, não só de espécies bibliográficas recentes, editadas pelos serviços, mas também duma valiosa documentação retrospectiva respeitante a obras públicas, colhida no rebuscar de alguns arquivos, entre os quais o do Ministério; e, por fim, o salão de festas, onde se projectará também o filme documentário.
Os congressos têm no mesmo edifício, simultaneamente com as salas para as reuniões, locais onde poderá fazer-se a exibição tanto de documentos relacionados com os assuntos a tratar, como de projectos particulares, elaborados por engenheiros e arquitectos, comprovativos das respectivas actividades e capacidades profissionais.
As belas-artes não foram esquecidas na Exposição. E, assim, o lugar de honra foi dado ao modelo da estátua equestre de D. João IV, erigida em Vila Viçosa, como a obra de Escultura de mais vulto no período a que o certâmen respeita.
A par dela figuram também, dispersos pelos locais onde melhor se casem com o ambiente, todos os outros modelos de obras desta natureza que foi possível obter. Para as que não possam ser assim apresentadas recorreu-se a outras formas de lhes documentar a existência. Destacam-se, neste capítulo, duas esculturas novas, mandadas fazer expressamente para a Exposição: duas estátuas com 3 metros de altura, simbolizando uma a Engenharia e outra a Arquitectura. Obras de arte de inegável valor, é intenção superior convertê-las em material definitivo, para serem colocadas onde o seu simbolismo recomenda que o sejam.
(continua)

(Parte III de …)

Eduardo Rodrigues de Carvalho
Presidente da Comissão Executiva da Exposição de Obras Públicas


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (003)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947)

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