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«Coincidindo com a vinda de Ochôa, por milagre telepático chegava ao Quartel-General um telegrama dizendo que Cabeçadas abandonara o Governo, saíra de Lisboa e recolhera à Amadora! «Ontem realizou-se a conferência em Coimbra. Essa conferência, em vez de se realizar entre os dois, conforme acordo feito, teve uma terceira personagem: o comandante Ochôa que até então não aparecera com figura de relevo no Movimento. Eu, que sempre acompanho o general, não pude entrar na sala. Não despedacei a porta a pontapés por respeitar a casa alheia. Ochôa aparecia inopinadamente a discutir de igual para igual - ele simples intermediário da Revolução e que como intermediário fora recebido pelo general! O comandante Cabeçadas apresentou a proposta do triunvirato que os jornais publicaram e que aos jornalistas e às Divisões foi transmitida pelos seus amigos políticos. Essa proposta era inaceitável. Quem fizera a Revolução? Gomes da Costa! A ele cabia o primeiro lugar. Cabeçadas que devia ter sido o Chefe da Revolução em Lisboa, menos feliz que o general - nada fizera. Dessem-lhe o segundo lugar no Estado. Quanto a Ochôa, cujos serviços nem por sombras podiam colocá-lo em situação de igualdade com os primeiros, ficaria bem num lugar sem grandes responsabilidades. Esta proposta levanta discussão larga. Não se chega a um acordo. Segue-se outra reunião de oficiais dos Comités de Braga, Coimbra, Entroncamento e Viseu. A mesma discussão. O mesmo nulo resultado. E não obstante a nota saiu a lume na imprensa.» E Pinto Correia, depois de referir o discurso de Gomes da Costa após a reunião, acrescenta:
(Parte LI de…)
A Arrancada de 28 de MAIO de 1926 (51)
(Fonte: Óscar Paxeco - 1956 – O primeiro encontro entre Gomes da Costa e Cabeçadas) Consultar todos os textos »»
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