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Assim, logo de manhã cedo, envia para os jornais e faz afixar nos placard a seguinte nota oficiosa: «As tropas da guarnição do Porto, e outras que estão a chegar, vão marchar sobre Lisboa. «Esta resolução, tomada pelo sr. general Gomes da Costa, obedece à seguinte nota há pouco recebida no Quartel-General da 3.ª Divisão, enviada pelas 2.ª e 5.ª Divisões:
«"Tendo chegado ao conhecimento destes comandos, por meio de rádios interceptados e pelas notícias dos jornais, que é possível dar-se o caso de ser desvirtuado o pensamento que levou o Exército a efectuar o Movimento que acaba de triunfar, e de ficar o Governo do País entregue a indivíduos com os mesmos vícios políticos e imorais de que temos sido vítimas; «"A 2.ª e a 5.ª Divisão do Exército declaram que se opõem e resistirão por todas as formas a que se cometa tal crime, e apelam veementemente para todas as outras a fim de que não seja consentido que o Governo seja entregue a políticos partidários, mas sim a homens de reconhecida honestidade e competência a que o Exército dará toda a força de que careçam para a execução dum programa nacional.
António Teixeira de Aguiar Schiapa de Azevedo"
«Esta nota foi entregue, pessoalmente, por um agente daquelas duas Divisões ao sr. general Gomes da Costa. Em face disto, o sr. general Gomes da Costa expediu rádios a todas as regiões, Divisões e unidades que desde o começo aderiram ao Movimento, ordenando que todas sigam para Lisboa.» Interrogado pelos jornalistas sobre a nota, o chefe da «arrancada» confirma-a, dizendo:
«Seguirei para Lisboa, a impor a ordem! Os políticos ter-me-ão pela frente.» A seguir, o general Gomes da Costa recebe os comandantes e alguns oficiais da guarnição do Porto, aos quais faz um discurso, no qual, a certa altura afirma: «Venho aqui falar-vos dos objectivos do Movimento. É preciso dignificar a Pátria, a República e o Exército. Há muitos anos que nós vivemos numa verdadeira e insuportável miséria. Os partidos têm sido a nossa ruína e continuarão a sê-lo se nós não nos insurgirmos contra este estado de coisas. Sou um homem com quarenta anos de serviço, nunca me revoltei nem me revoltaria agora se não tivesse em vista o bem da Pátria, do Exército e do Povo.»
E acrescenta:
(Parte XLIII de…)
A Arrancada de 28 de MAIO de 1926 (43)
(Fonte: Óscar Paxeco - 1956 – A renúncia de Bernardino Machado – A última reunião do Parlamento dos Partidos) Consultar todos os textos »»
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