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À frente do Exército Português, pois, unido na mesma aspiração de redenção patriótica, proclamo o interesse nacional contra a acção nefasta dos políticos e dos partidos e ofereço à Pátria enferma um Governo forte, capaz de opôr aos inimigos internos o mesmo heróico combate que o Exército deve aos inimigos externos. Viva a Pátria! Viva a República! a) General Gomes da Costa
Às I0 horas da noite do dia 31 estavam concentrados no Entroncamento, à ordem do general Gomes da Costa, dois mil homens, tendo já aderido então a guarnição de Lisboa e havendo-se colocado a Marinha ao lado do Exército. Depois do Governo ter pedido a demissão, voltaram a reunir-se com o ministro da Guerra, José de Mascarenhas, os comandantes da guarnição militar de Lisboa, resolvendo-se entregar a defesa da Ordem Pública a Infantaria I, Cavalaria 2, Artilharia 3 e Grupo a Cavalo de Queluz, que para isso se foi concentrar no Alto da Ajuda. Pelas 5 horas da manhã do dia 31 era enviada à imprensa a seguinte nota oficiosa: «O tenente de Infantaria, sr. Carlos Vilhena, membro do Comité Revolucionário, acompanhado dos delegados, srs. capitão Mendes Cabeçadas, tenente Francisco Granger e João Morais Camacho, foram pela madrugada de hoje à presidência da República, onde, após uma conferência com o sr. Bernardino Machado ficou resolvido entregar ao Comité Revolucionário e ao sr. general comandante da I.ª Divisão, a Manutenção da Ordem pública. Em seguida foi determinado que o Governo Civil fosse ocupado militarmente, sendo o policiamento da cidade feito unicamente por forças do Exército. Aguarda-se a vinda do sr. comandante Cabeçadas, comandante Ochoa e capitão Jaime Baptista (fora a Setúbal tentar levantar a respectiva guarnição) para, reunindo o Comité, se escolher o Governo. As tropas de Lisboa aderiram ao Movimento na sua totalidade. Foram mandados soltar todos os presos por motivo deste movimento revolucionário.» Em Nine, o coronel David Rodrigues, ante a decisão dos seus camaradas, resolve também aderir à Revolução, conjuntamente com o coronel Leite de Magalhães, comunicando-o a Gomes da Costa que lhe agradece e lhe pede continue com o comando da coluna mista. Entretanto, Gomes da Costa abandona Braga e segue para o Porto, onde é recebido delirantemente pela população, ao mesmo tempo que o general Sousa Dias se demite do comando da Divisão.
(Parte XXXVII de…)
A Arrancada de 28 de MAIO de 1926 (37)
(Fonte: Óscar Paxeco - 1956 – A desorientação do Governo que por fim se demite) Consultar todos os textos »»
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