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O problema financeiro é redutível aos seguintes dados fundamentais: deficit crónico, que tomou foros de instituição nacional, de venerando monumento nacional, deficit cuja repetição provocou uma dívida relativamente avultada, nem sempre compensada por contrapartida equivalente no activo do Estado; uma dívida flutuante muito elevada, de taxas de juro altas, onerosa portanto e com perigo de reembolso imediato; e uma dívida fundada constituída por tão diversos tipos de empréstimos e juros tão afastados da taxa do mercado que as cotações parecem acusar o nosso descrédito, quando, de facto, traduzem apenas os baixos rendimentos. Acrescentemos ainda a má arrecadação das receitas e a desigual distribuição dos rendimentos públicos pelos serviços do Estado.
Será por aqui que deve começar-se a solução do problema nacional? Digo-vos: a não resolução deste problema fundamental traduz-se no recurso indefinido ao crédito. Quando este falta, é preciso recorrer à emissão de notas, à fabricação de moeda falsa, que tanto é a emissão de notas sem contrapartida. As que se fizeram representavam saques sobre o futuro: são esses os que somos agora chamados a pagar.
O Problema Financeiro (02)
(«Os problemas nacionais e a ordem da sua solução» — Discurso aos oficiais da Guarnição Militar de Lisboa, em de Junho — «Discursos», Vol. 1, págs. 12-13) - 1928 Consultar todos os textos »»
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