11 de outubro de 2024   
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«No dia 29 nada de positivo se sabia nesta cidade (Elvas) . (*)

(*) Efectivamente era assim mesmo. No entanto, no dia 28, pela manhã, chegou a Elvas, com uma carta do tenente-coronel Raúl Esteves para o General Carmona o nosso camarada da Imprensa Sebastião Cardoso, então redactor da «Época», que na véspera havia saído de Lisboa. Pondo-se em contacto com o tenente-coronel Passos e Sousa deu-lhe conta da credencial de que era portador para o antigo Comandante da 4.ª Região. O Governador do Forte da Graça ponderou-lhe a exiguidade da guarnição de Elvas onde havia praticamente meia dúzia de soldados que, portanto pouco poderia fazer e concordou com a diligência Junto do General Carmona, lembrando também, ainda, a conveniência de ser falado o capitão Gomes Pereira, então em Vila Viçosa.
Sebastião Cardoso não conseguiu, porém, chegar à fala, com o General Carmona e a, fim de não perder tempo telegrafou para Lisboa a dar conta de que não se podia contar, grandemente, com Elvas seguindo para Vila Viçosa no único meio de transporte de que podia dispor naquela altura, a camioneta do Correio em cima de cujas malas fez a viagem para a Vila Ducal. Aqui falou com o capitão Gomes Pereira que depois de lhe dizer não ser possível fazer ali o quer que fosse lhe sugeriu a conveniência de se falar com o coronel Domingos de Oliveira, comandante de Brigada de Cavalaria, com sede em Estremoz.
O coronel Domingos de Oliveira com quem Sebastião Cardoso se avistou no dia 29 manifestou a opinião de ser necessário que o General Carmona se pusesse, quanto antes, à frente da Divisão. E, para o conseguir mais rapidamente, mandou de sua parte a Elvas seus filho e genro, o comandante Soares de Oliveira e o tenente Chabi.
O enviado de Raúl Esteves, voltou a telegrafar a Lisboa, dando conta das dificuldades encontradas. Ao mesmo tempo, porém, punha-se em contacto com os oficiais de Metralhadoras de Extremoz aos quais deu conta do que se passava. Estes, que receberam a notícia com o maior entusiasmo, em face da resistência que por toda a parte se sentia, resolveram fazer um passeio militar pela cidade.
Enquanto isto acontecia aquele nosso camarada fazia afixar no «placard» de «A Voz» naquela cidade alentejana, notícias dando conta das adesões a Gomes da Costa, e consequentemente do alastramento vitorioso da Revolução e de novo em telegrama de urgência insistia para Lisboa na necessidade de se falar ao General Carmona. Este telegrama determinou, finalmente, a ida a Elvas do tenente-coronel Raúl Esteves e do alferes Carvalho Nunes.
Regressando de novo àquela cidade fronteiriça onde encontrou já estes dois oficiais, Sebastião Cardoso acabou por vir para o Entroncamento no mesmo comboio em que veio Passos e Sousa com as suas tropas.

(Parte XXXIII de…)


A Arrancada de 28 de MAIO de 1926 (33)

(Fonte: Óscar Paxeco - 1956 – A adesão do Sul e a acção de Carmona)

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