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«A que temos assistido no decorrer dos últimos anos? Ao espectáculo degradante de roubos, depredações, excesso de incompetência, falta de vergonha e de brio - eu sei 1á! O Exército, o nosso querido e glorioso Exército, não tem absolutamente nada. Ora, francamente, ele não entrou na Guerra e não fez todos os esforços para vencer, para afinal de contas sair dessa luta titânica mais diminuído, mais enfraquecido, mais falto de tudo do que antes.
«Foi tudo isto que contribuiu para que hoje nós viéssemos todos procurar defender o prestígio do Exército e a segurança e o futuro da Nação. Não somos políticos, nada queremos com os políticos. Mas isso não significa, repito, que nos esqueçamos do nosso dever de militares e de portugueses.
«Creio que não sustentaremos luta alguma. Aqui em Braga toda a guarnição está sem discrepância alguma a meu lado. E eu por mim já estou comandando a 8.ª e a 6.ª divisões, que estão connosco inteiramente.» Depois acrescentou que contava seguir para o Porto, na mesma tarde, o que fez. Mal o Governo teve conhecimento do que se estava passando imediatamente ordenou ao general Sousa Dias, comandante da 3.ª Divisão que se apossasse do governo da cidade, tornando as medidas inerentes. Sousa Dias envia então um telegrama a Gomes da Costa, afirmando-lhe a sua consideração pessoal e de camarada, mas declarando-lhe que só obedece às ordens do Ministério e do ministro da Guerra, Ao mesmo tempo, cumprindo as ordens de Lisboa, organiza duas colunas mistas contra Braga, à frente das quais coloca os coronéis David Rodrigues e Leite de Magalhães.
(Parte XXII de…)
A Arrancada de 28 de MAIO de 1926 (22)
(Fonte: Óscar Paxeco - 1956 – As primeiras declarações do Chefe da Revolução) Consultar todos os textos »»
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