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De Infantaria 8 o general Peres dirigiu-se para a G.N.R., onde não foi melhor acolhido. Recebido pelo major Rodrigues Baptista inquiriu deste se podia contar com forças para se opor aos revolucionários. Foi-lhe respondido que tal era impossível. Então o comandante da Divisão repetiu os seus vivas à República e à Constituição e retirou-se, não para qualquer outro quartel onde igual sorte lhe estava reservada, mas para Valença do Minho, a fim de organizar a resistência aos revolucionários, para o que contava com o apoio incondicional do batalhão de metralhadoras daquele praça, comandado pelo major Severino. Em Infantaria 29, o regimento que foi a «alma-mater» da Revolução, todos estavam tomados pelo mais louco entusiasmo. Às 11 da noite do dia 27 deram ali entrada os primeiros oficiais revolucionários que passaram logo a ocupar-se dos preparativos bélicos que as circunstâncias impunham. Dentro de pouco a unidade estava completa, com a presença dos capitães João Nunes Sequeira, Frazão, um dos grandes organizadores revolucionários, Júlio Machado e Gonçalves da Silva, e tenentes Monteiro, Leonardo Neves, Diamantino Leite, Paulo, Pacheco, Pernil, etc.... Logo que se concluíram os preparativos foram mandadas sair as tropas que tinham o encargo de ocupar os editícios públicos e as bareriras, o que se fez na melhor ordem, tendo nesta altura aderido também à Revolução, duas companhias de Infantaria 20 que ali se encontravam. Quanto a Cavalaria 11, apesar do seu núcleo de instrução se encontrar em Chaves, todos os oficiais comprometidos, à frente dos quais formava o capitão Pires de Campos, tomaram as medidas necessárias para que a sua unidade apoiasse a Revolução, declarando-se o regimento, à meia-noite do dia 27, ao lado da Revolução Nacional. Entretanto chegava a Braga, acompanhado pelo capitão Tomás Fragoso, o capitão Miguel Bacelar, vindo de Santo Tirso. (*)
(*) O capitão Miguel Bacelar estivera com Gomes da Costa na reunião do Colégio da Boa Vista no Porto. Aqui ficara, assente que se o general não pudesse, por qualquer motivo, chegar a Braga, Bacelar estaria de alerta em Santo Tirso, porque seria então daqui que Gornes da Costa «arrancaria».
Gomes da Costa ao ver o capitão Miguel Bacelar, a quem o tenente-coronel Raul Esteves aconselhara a que secundasse o mais rapidamente possível a Revolução, bradou-lhe:
- Estava à sua espera. E como quer que estivesse ainda à paisana acrescentou:
- Por isso não me fardei; de resto, se você não aparecesse não me fardaria.
(Parte XIX de…)
A Arrancada de 28 de MAIO de 1926 (19)
(Fonte: Óscar Paxeco - 1956 – O primeiro contacto com Braga – o berço da Revolução) Consultar todos os textos »»
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