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Foram estas as razões por que, ao lançar-se a União Nacional, se pretendeu apresentar apenas aquele acervo de princípios ou aspirações de ordem material e moral que se entendia ser plataforma comum para o português de hoje (e não sei se mesmo assim, e sob o aspecto considerado, não haverá alguma coisa a retocar). E, porque os homens se unem mais facilmente à volta do que hão-de fazer em comum do que acerca dos princípios ou sentimentos que os movem, pensamos que para manter viva e consolidar a união é necessário propor-lhes tarefas colectivas de índole e interesse nacional, como pode ser uma relevante acção colonial ou um vasto plano bem concebido de fomento económico. Estas coisas são tão evidentes que só devido a hábitos mentais inveterados há relutância em serem aceites por alguns. Mas as necessidades acabarão por impor o que a razão por si deveria acreditar. Por exemplo, nos países que mais gostamos de citar e mais complacentemente admiramos — a França, a Inglaterra, os Estados Unidos — já a política externa, expressamente nos dois últimos, tacitamente no primeiro, assenta em base bipartidária ou multipartidária; quer dizer: confia-se a realização a uns e apoiam-na todos. A razão do facto está em que nesse campo a unidade nacional impõe-se mais fortemente como determinante da linha a seguir e factor essencial da sua execução e as forças políticas sentem que não podem desobedecer a esse imperativo. O mesmo fenómeno se verificou na última guerra; o mesmo ainda em outras grandes crises nacionais. O que significa: a Nação tende instintivamente para a unidade; os partidos para a divisão.
AUTORIDADE E LIBERDADE A Nação contra os partidos; A União Nacional (36)
(«Breves considerações sobre política interna e internacional a propósito da inauguração do Estádio de Braga» — Discurso pronunciado em Braga, em 28 de Maio – «Discursos», Vol. IV, págs. 467-468) - 1950 Consultar todos os textos »»
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