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Munidos com os primeiros resultados da reforma financeira, era já possível enfrentar a melhoria da situação económica. Esta impunha de um lado a intensificação de obras públicas, directa ou indirectamente reprodutivas, e do outro a exploração de recursos novos e o aperfeiçoamento do conjunto da produção nacional. As duas espécies de actividades exigiam, porém, capital e técnica; era de saber como podiam conseguir-se. Embora a economia tenha naturalmente beneficiado do movimento geral, a nenhum observador terá escapado que as obras públicas marcaram até ao presente muito maior avanço. As razões são: primeira, o Estado pôde mais fácil e mais rapidamente mobilizar os factores da sua actividade; segunda, esta actividade era ela própria em certos casos indispensável ao aproveitamento de recursos disponíveis. A verdade é que, ao menos dentro das especialidades de mais frequente ou intensa aplicação, o Estado pôde formar, ao contacto das suas próprias realizações, os técnicos de que tem necessitado; e o capital português tem acrescido aos excedentes das contas para suprir a todas as necessidades. Finalmente a exploração mineira, a utilização das quedas de água, como o aproveitamento nacional de outros recursos, exigiam, antes dos respectivos empreendimentos, estudos de anos que inacreditavelmente não estavam feitos. A realidade era esta: o País não se conhecia.
As Riquezas Naturais (005)
(«Prefácio à 4. edição» — «Discursos», Vol. I, págs. XIV-XVI) – 1948 Consultar todos os textos »»
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