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Esse sentimento vivo da Nação que, em obediência aos fins superiores da colectividade, se opõe, e posterga, e domina o indivíduo e os seus interesses transitórios, o grupo e as suas tendências particularistas, o partido e as suas solidariedades, aviventámo-lo na consciência do povo, onde se estiolava, mas felizmente não chegara a morrer, e impusémo-lo na política onde os homens o tinham inteiramente sacrificado às suas paixões partidárias. Ao lado desta consciência nacional advogámos a consciência do dever e do sacrifício, da justiça e da caridade, no exercício da função governativa, como clara afirmação de que a moral deve informar toda a acção humana, tanto mais intensamente quanto maior é a sua influência ou projecção na vida social e quanto mais numerosos são os laços que prendem o agente aos outros homens. Nós podemos culpar o Estado que nos precedeu de dois crimes graves – obliterar nas consciências o sentimento nacional; separar da função de governo a política, e de uma e de outra a moral: ficou-se, em tais circunstâncias, sem norte e sem limitações a todos os desregramentos da vontade. A pouco e pouco nos vamos curando desses males; com dificuldades sem conta, a lutar incessantemente contra más tendências e maus hábitos, temos insistido em que se dispa definitivamente o homem velho e procurado construir uma ordem política e social que não seja de si mesma incitamento à expansão dos defeitos e das paixões vis, mas à máxima utilização das qualidades dos portugueses. À medida que se foi conseguindo fazer penetrar deste sentido do interesse comum a actividade política e administrativa, e à medida que uma alta consciência moral foi informando igualmente uma e outra" – e está longe a perfeita consecução do nosso objectivo – todos puderam ver que a vida pública se elevava em dignidade e que o respeito pelas altas funções do Estado não era senão a contrapartida da noção das responsabilidades por parte de quem as exercia.
A Restauração das Grandes Certezas DEUS, A PÁTRIA, A AUTORIDADE, A FAMÍLIA, O TRABALHO (09)
(«Funções e qualidades do Chefe do Estado» - Discurso radiodifundido da União Nacional, em 10 de Fevereiro - «Discursos», Vol. II, págs. 4-5) - 1935 Consultar todos os textos »»
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