19 de abril de 2024   
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(Continuação)

Esta escola de virtudes humanas, tendo por base os sentimentos cristãos de todos os legionários, desdobrou-se em realizações da mesma natureza, pelo País inteiro — e tomou excepcionais proporções na cidade do Porto, onde a Assistência Social Legionária, animada e vivida pelas generosas almas dos Dr. Silva Leal e Capitão Eduardo Romero, se desentranhou em iniciativas e empreendimentos da mais impressionante grandeza, como adiante se verá.
Dir-se-ia, e com verdade, que a acção da Legião Portuguesa, no Porto, através da sua obra de assistência, alargada progressivamente às populações civis, teve uma influência providencial, atenuando, em termos sensíveis, a crise do tempo.
Ainda hoje, volvidos tantos anos, esta obra continua de pé, prestando aos habitantes da cidade e a tantas zonas populacionais do Distrito, benefícios de natureza económica, que são inestimáveis.
A propósito dela, falaram, expressivamente, em Abril de 1941, duas grandes figuras, com acentuadas responsabilidades na vida social e política, da cidade do Porto O Professor Universitário Doutor Mendes Correia, ao tempo Presidente da respectiva Câmara, e o Dr. António Augusto Pires de Lima.
São do primeiro, estas palavras:
«— A Assistência Social da Legião Portuguesa não contribui menos do que as respectivas forças armadas para a defesa e enraizamento dos grandes e nobres ideias, que tão patriótico e benemérito organismo serve.
É ela uma verdadeira milícia de paz — mas de paz e filantropia, que se traduzem numa vitória (mais eficaz do que, até, as ganhas em campos de batalha) sobre os elementos e as doutrinas dissolventes e anti-sociais que da miséria dos infelizes fazem pretexto hipócrita.»
O segundo, na sua alta qualidade de Governador Civil, escreveu e assinou este público testemunho da sua admiração:
Se as vicissitudes, por que o mundo está passando, não originassem, a par da grande ansiedade e nervosismo, uma crise económica, de que Portugal, apesar de milagrosamente afastado da catástrofe, não pode ficar inteiramente isento, a Legião Portuguesa poderia cumprir milagrosamente a sua missão, sem ter que desviar-se dos seus trabalhos próprios, para se ocupar da tarefa de auxílio aos pobres.
Mas, em face da crise, não hesitou em cumprir galhardamente em favor dos infelizes, numa luta incessante, cheia de desinteresse, de nobreza e de espírito cristão.
Desde que foi lançado o alarme anunciador de que há fome, tem sido admirável o espectáculo que se oferece aos nossos olhos: de todos os lados vemos correndo pessoas, dotadas de alma sã e coração compassivo, a acudir aos que sofrem.
Entre essas pessoas, destacam-se os membros da Legião Portuguesa que, pela sua acção social, têm abnegadamente socorrido milhares de indigentes e proporcionado a outras entidades os meios de exercerem a mesma acção beneficente.
Bem haja o benemérito organismo, que adquiriu direito, não só à gratidão dos pobres, mas à consideração e ao respeito de todos.
E que isto sirva de exemplo e de incentivo para a união de todos os portugueses, sempre capazes de realizar grandes obras, quando irmanados no sentimento da defesa do bem comum.»
- Estas duas apreciações, emanadas de tão altas autoridades, resumem a admiração e comovida simpatia, com que toda a população da cidade do Porto e, mesmo, do Distrito, acompanhava, na sua cristã e humana actividade, a Assistência Social Legionária, do respectivo Comando Distrital, que, sem se afastar dos seus objectivos, prossegue, ainda, o seu admirável caminho.
Vale a pena historiar um pouco:
Logo de início, no decorrer de 1937, uma das primeiras preocupações da Legião Portuguesa, a par da sua formação, foi a de organizar e pôr em funcionamento pequenos «Núcleos de Assistência», distribuídos por Lanças, em cada um dos quatro Batalhões, então existentes — 37, 38, 40 e 41.
Constituídos por senhoras da melhor sociedade portuense e pelos Comandantes das respectivas Lanças, estes grupos reuniam, semanalmente, a fim de estudarem a situação económica de cada legionário e seus familiares, promovendo as medidas necessárias para valer a cada um deles.
As necessidades eram averiguadas por visitas domiciliárias e supridas por cotizações regulares, promovidas, na área da cidade, pelos referidos «Núcleos de Assistência».
Mais tarde, reconheceu-se a vantagem de subordinar os vários «Núcleos» existentes, funcionando isoladamente, a um «Núcleo Central», que passou a ser dirigido e orientado, em plano superior, pelo espírito dinâmico do médico legionário Dr. Silva Leal, que foi o grande animador deste simpático movimento de solidariedade humana, que haveria de atingir, tempos depois, proporções verdadeiramente invulgares.
Em fase imediata, e em face do seu progressivo desenvolvimento, os serviços de assistência foram concentrados na Cantina n.° 1, ainda existente, instalando-se ali, além de uma grande mercearia-cooperativa, a casa de fazendas, a sapataria privativa, barbearia, etc., etc.
O demasiado desenvolvimento desta obra assistencial criou, de momento, algumas preocupações económicas — o que levou o Dr. Silva Leal a promover, no antigo Palácio de Cristal, a notável «Exposição Marítima», cujo êxito permitiu a recolha dos fundos necessários para cobrir o déficit registado.

(Continua) - Parte II


A Legião Portuguesa (18)

Legião Portuguesa: Expressão da Consciência Moral da Nação!
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