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Os anos 1937, 38 e 39, foram da mais intensa actividade legionária, multiplicando-se, por toda a parte, nos Comandos Distritais e nas sedes dos batalhões, eloquentes demonstrações de progressiva vitalidade. A Legião alargava-se e consolidava-se, cobrindo o território nacional, de ponta a ponta, ultrapassando a confiante expectativa dos que, na Praça do Campo Pequeno, em 29 de Agosto de 1936, pela voz brilhante de Jorge Botelho Moniz, deram o sinal de alarme, fizeram o chamamento às armas e confiaram nas virtualidades da alma portuguesa. Em 1039, todas as previsões se encontravam excedidas, podendo afirmar-se que a Legião Portuguesa, considerada um prolongamento e uma reserva das Forças Armadas, estava apta para o desempenho, em caso de emergência, das suas naturais missões. Consumava-se, desta forma, um acontecimento de carácter nacional, que, alguns anos antes, seria considerado inverosímil. De facto, como frisou alguém, ao tempo, com especial autoridade, «numa sociedade anarquizada, como era a nossa, não se podia conceber, tão cedo, a existência de qualquer organismo hierarquizado, como o que é, actualmente, a Legião Portuguesa». Este «actualmente», referia-se a Maio de 1939 – época em que a Legião, com três escassos anos de existência, se aproximava da sua maioridade e se mostrava apta para o desempenha das tarefas, que lhe haviam sido consignadas, nos termos do decreto nº 27.058 de 30 de Setembro de 1936: organizar a resistência moral da Nação, cooperar na sua defesa contra os inimigos da Pátria e da Ordem Social, actuar em operações de campanha, no interior e nas costas marítimas, ou ainda, como força auxiliar da Marinha. Efectivamente, em face do espantoso desenvolvimento das forças Legionárias em todo o País em ritmo crescente, e considerando a natureza das suas possíveis missões, havia surgido, como condição imperiosa, a necessidade de se pensar, militarmente, na sua mais conveniente estruturação. Assim em 22 de Janeiro de 1938, tendo em conta as razões acima apontadas, a Junta Central aprovava, por um Regulamento especial, a organização militar da Legião Portuguesa, dentro de cujos moldes se foram desenvolvendo, com admirável intensidade, as actividades legionárias do País inteiro, dando volume e corpo à nova organização de voluntários. Neste meio tempo, a guerra civil de Espanha aproximava-se do fim, graças ao gigantesco esforço do Exército nacionalista, que conquistou, palmo a palmo, os imensos territórios inicialmente na posse de terríveis inimigos. Deixando atrás de si, um milhão de cadáveres e uma nação destroçada, o comunismo internacional, que sonhara dominar a Península e fazer dela uma testa-de-ponte, que lhe permitisse alargar a sua expansão no mundo, sofria, imposta pela verdadeira alma de Espanha, a mais pesada e esmagadora derrota. Nessa magnífica epopeia de resistência e de reconquista tomaram parte, e alguns perderam a vida, muitos dos nossos voluntários, integrados no famoso corpo dos «Viriatos», sob o comando dessa figura lendária, que foi o major Jorge Botelho Moniz – o mesmo que havia dado, no comício do Campo Pequeno, em 1936, o grito de alarme, do qual resultou a criação da Legião Portuguesa. De certo modo, esses bravos combatentes, selaram com o seu esforço e com o seu sangue, o solene compromisso, tomado pela Legião, de lutar, em todos os campos, contra o comunismo, evitando à Pátria a calamidade, que o mesmo representa e que ficara patente, em toda a sua dramática grandeza, na montanha de ruínas e no mar de sangue, que marcaram a sua passagem infernal pelas terras da vizinha Espanha.
(Continua)
A Legião Portuguesa (05)
Legião Portuguesa: Expressão da Consciência Moral da Nação! Trigésimo aniversário da Legião Portuguesa, 1936 - 1966, no quadragésimo ano da Revolução Nacional. Alargamento e Consolidação.
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