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Dir-se-ia que o frenético entusiasmo do grande Comício do Campo Pequeno, fez estremecer o País inteiro, passando sobre as montanhas, descendo aos vales, percorrendo as planícies, contagiando as cidades, as vilas e, até, as mais recônditas aldeias. Foi um autêntico e milagroso toque de clarim, cujas vibrações,, chegando vivas a toda a parte, sacudiram a alma nacional, predispondo-a para todos os sacrifícios, que tivessem de fazer-se, em defesa da Pátria ameaçada. Ao chamamento dramático do Campo Pequeno, respondeu, prontamente, a Nação inteira, como se, em realidade, à voz dos vivos, se tivesse associado, num minuto histórico, a voz dos mortos, num coro apocalíptico, de exaltação e de Fé. O fenómeno, que então se verificou, é de tal forma surpreendente, nas suas gigantescas proporções, que a História terá de registá-lo, como uma das mais sólidas reacções da alma nacional de todos os tempos. Evocando os termos em que se processou esta impressionante mobilização, teremos de considerá-la a mais viva afirmação de vitalidade dum povo, que tem, dentro de si, incontaminada e pura, a consciência do seu valor e uma substancial reserva de virtudes, que nem o tempo, nem as circunstâncias conseguem diluir ou apagar. De facto, o que se passou em Portugal, nos dias imediatos à reunião do Campo Pequeno, demonstra, consoladoramente, a magnífica sobrevivência daquelas mesmas virtudes, que, através dos séculos, deram justa fama e merecida glória ao Povo Lusitano, colocando-o entre os primeiros povos do Mundo. Homens de todas as qualidades e condições sociais, desde o simples cavador de enxada ao Professor Universitário, velhos e novos, pobres e ricos, operários e patrões, uma vez dado o sinal de alarme, perante a iminência de perigo, que ameaçava a Pátria, convergiram, pronta e entusiasticamente, no sentido da Projectada mobilização. Não foram precisos argumentos, nem campanhas de doutrinação, nem repetidos toques de clarim, para que uma onda avassaladora de patriotismo movesse os milhares de portugueses, que acorreram, por maravilhoso instinto, aos improvisados centros de mobilização, espalhados por todo o País. Para a vida ou para a morte, os homens apresentavam-se, espontânea e conscientemente, em toda a parte, engrossando, de dia para dia, o volume das inscrições, feitas com dificuldade, nos centros de mais intensa população, dada a impressionante afluência dos candidatos. A Legião Portuguesa era, dentro de poucos dias, uma realidade – e as nossas Forças Armadas, responsáveis pela defesa e segurança do território nacional, em caso de emergência, viam surgir, com manifesta satisfação, uma nova força, de colaboração e de apoio, que facilitaria o desempenho das suas altas tarefas. Por sua vez, o Governo, em face do prodigioso levantamento nacional, tão eloquente, como oportuno, decidiu oficializar, estruturando-o militarmente, o referido movimento.
A Legião Portuguesa (01)
Legião Portuguesa: Expressão da Consciência Moral da Nação! Trigésimo aniversário da Legião Portuguesa, 1936 - 1966, no quadragésimo ano da Revolução Nacional
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