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O deficit anual foi substituído por saldos importantes nas contas, que não podem continuar tão elevados, mas com os quais se firmaram as condições de sólido equilíbrio das finanças públicas. Foi integralmente paga a dívida flutuante externa; vai progressivamente diminuindo a dívida flutuante interna pelo reembolso e pela consolidação, e deve desaparecer completamente em dois ou três anos, o máximo, de política como a que se vem seguindo. A tesouraria tem sempre disponibilidades avultadas que a põem inteiramente a coberto de operações ruinosas realizadas sob o império de necessidades prementes. A estatística vai-se regularizando e actualizando, e avança para a desejada perfeição, dando já hoje ao País, no concerto internacional, lugar honroso. O crédito de Portugal sobe dia a dia, por toda a parte, criando-se assim as bases das operações de crédito que seja indispensável realizar para concluir a restauração financeira, a consolidação monetária e impulsionar a produção, as comunicações e a riqueza geral. Pagam-se velhas dívidas, liquidam-se desagradáveis questões arrastadas de anos, procura-se fazer melhor distribuição dos encargos tributários, acentua-se regularidade nas entradas e nos pagamentos, reforça-se a fiscalização para que tudo caminhe com ordem dentro da lei. Concentração, unidade, simplificação, regularidade, defesa do contribuinte, carácter sagrado dos contratos, domínio absoluto da lei — são os princípios básicos da administração e de todas as reformas. Elas traduzem, desde as que tiveram por objecto o orçamento e a dívida pública até à da contabilidade, a marcha ininterrupta para a ordem financeira.
A BATALHA DA RESTAURAÇÃO FINANCEIRA DO PAÍS - (10)
(«Ditadura administrativa e revolução política» — Discurso na Sala do Risco do Arsenal de Marinha, em 28 de Maio — «Discursos», Vol. I, págs. 52-54) - 1930 Consultar todos os textos »»
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