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Sistematicamente usados, o adiamento, a prorrogação, a isenção, a dispensa dos preceitos legais têm a tal ponto deseducado o espírito público que a maior parte da gente não acredita que a lei venha a ser cumprida ao menos «tão inteiramente como nela se contém». Do uso e abuso de tais processos resulta que no nosso País quem se apressa a cumprir a lei, a cumpri-la rigorosamente, lisamente, a fazer uma declaração exacta e em devido tempo, fica sempre em condições inferiores a todos os outros que não fizeram o mesmo. Pois é absolutamente preciso, por uma questão de educação e de ordem, que comecemos de vez a praticar o sistema inverso e a fazer com que quem não cumpre — por mais razoável que seja o motivo da falta — fique em situação pior que os que cumprem. Sem possuir uma infabilidade que ninguém tem, posso apelar para o que tenho estudado de impostos, para o que sei de legislação tributária, para o cuidado, a meticulosidade, o esforço que empreguei directa, pessoalmente, durante meses, na preparação desta reforma, para estar perfeitamente tranquilo; o que tenho lido contra, mais me assegura do bom serviço prestado: quando os interesses feridos começam a criticar uma reforma, soltando impropérios contra o que lá não está, é que o que está, está bem.
A BATALHA DA RESTAURAÇÃO FINANCEIRA DO PAÍS - (06)
(«Algumas objecções ao novo regime tributário» — Entrevista ao jornal «Novidades», de 1 de Maio — «A reorganização financeira», pás. 152 e 163) - 1929 Consultar todos os textos »»
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