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Na concentração de esforços, sacrifícios e dinheiro, que houve necessidade de ordenar em nome da salvação comum, é evidente que haviam de ser sacrificados interesses locais, aliás legítimos, mas a pátria é só uma e o bem geral prevalece sobre outro qualquer. Convém por isso reparar em que a restrição das despesas locais é uma coisa querida pelo Governo, em plena consciência, como meio de proteger o contribuinte neste período difícil de adaptação a uma ordem nova de coisas (demais empobrecido como está) e de salvar acima de tudo as finanças do Estado. Na relativa autonomia de que no domínio tributário gozam os municípios, é um pouco difícil a inteira coordenação dos seus esforços com os nossos para restauração das finanças do País sem atacar as suas forças vitais. Mas o Governo tem por toda a parte, à frente de todas as autarquias, os seus delegados e os representantes do seu pensamento e que neste devem estar integrados. É fácil por isso fazer aceitar o princípio da moderação nos gastos, da preferência pelas obras que interessam à saúde e higiene da população, e pelas directamente reprodutivas, adiando os melhoramentos, os embelezamentos e as obras de puro luxo para momento em que os povos estejam em situação mais desafogada. Eu considero como trabalhando pela sua terra certamente, mas contra o País, todos os que, esquecidos da gravidade do momento, tributem os povos além do indispensável para as necessidades fundamentais da administração local.
A BATALHA DA RESTAURAÇÃO FINANCEIRA DO PAÍS - (03)
(«A política de economias e os inimigos do equilíbrio e da unidade financeira» — Exposição ao Conselho de Ministros, segundo o resumo dos jornais de 5 de Março — «A reorganização financeira», pág. 33) – 1929 Consultar todos os textos »»
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