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(Continuação)
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E estas haverão de dispor dos meios indispensáveis para ocorrerem aos encargos com as infra-estruturas turísticas a que lhes cumpre prover em matéria de abastecimento de águas, saneamento, electrificação e comunicações. Ao atentarmos nas forças com que contamos para dar a batalha imediata do turismo algarvio, verificamos que a Província dispõe, tem 16 concelhos, de 7 Comissões Municipais de Turismo e de 3 Juntas de Turismo. A criação duma ou várias Regiões de Turismo que alguns defendem, a completa cobertura da província com órgãos locais de âmbito concelhio, e, até, a adopção duma solução típica, estruturada em termos novos, tudo são caminhos possíveis e a própria evolução da vida turística comandará a sua escolha definitiva. Para já, teremos de intensificar a acção dos órgãos locais existentes, que criar porventura algum que se tenha por indispensável mas, sobretudo, que dinamizar iniciativas, coordenar e sistematizar uma acção de conjunto, aproximar da província os comandos centrais, numa palavra: não perder tempo. Assim, a parir da início do próximo mês de Fevereiro, e até se estruturar solução definitiva, estabelecer-se-á no Algarve um delegado dos Serviços Centrais de Turismo com amplos poderes de inspecção, coordenação e informação. Da actuação permanente deste delgado, do mais frequente contacto directo entre os principais responsáveis do Turismo e a realidade dos problemas turísticos do Algarve, do clima de prioridade e urgência que esses problemas venham a merecer a todos os Serviços Públicos se poderá confiar a fase imediata de acção que se quer. Vencê-la será o primeiro objectivo do turismo Português, no ano que começa. O outro pilar do nosso turismo de permanência é a Madeira. As obras do porto do Funchal e a próxima abertura do seu Aeroporto de Santa Catarina permitem uma visão optimista quanto ao surto próximo no fomento turístico da ilha. O Gabinete de Estudos e Planeamento do Secretariado procede, neste momento, à elaboração do plano de valorização turística da Madeira em termos semelhantes ao que já se esboçou quanto ao Algarve. Mas a necessidade de fomentar, amplamente, o equipamento hoteleiro ressalta da simples consideração dos números: a Madeira possui, actualmente, 23 unidades com um total de 700 quartos, com 1254 camas, e têm projecto aprovado mais 4 unidades que, com o aumento previsto duma das existentes, farão acrescer aquela capacidade de mais 180 quartos. O complemento deste equipamento e a sua composição por categorias e classes, bem como o apoio de diversões e atractivos turísticos especiais, terá de ser objecto do estudo a que se procede. Por outro lado terá de considerar-se a melhor articulação entre os vários serviços que, directa ou indirectamente, interferem na recepção turística e a própria revisão dos órgãos e serviços locais de turismo. Termino aqui as considerações que, à maneira de preâmbulo às actividades do ano que começa, me cumpria fazer perante o Conselho. Para além do esforço intensivo que teremos de votar ao incremento do turismo de passagem e de permanência, nos termos apontados, espero que este ano marque, também, um grande movimento de consciencialização das populações perante o fenómeno turístico que requer a colaboração de todos os portugueses. Os pilares em que se firma o turismo - a ordem nas ruas e nos espíritos - são, entre nós, fruto de princípios que deram rumo a uma mentalidade nova que fez ressurgir Portugal. No mesmo rumo, decididamente, permaneceremos: e essa nossa decisão de permanência nos acredita para a nova arrancada do turismo português.
(Fim)
Turismo - Política de Turismo (10)
Política de Turismo – Comunicação do subsecretário de Estado da Presidência do Conselho, Dr. Paulo Rodrigues, ao Conselho Nacional de Turismo, em 7-I-1964. Consultar todos os textos »»
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