21 de novembro de 2024   
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(Continuação)

É preciso, no entanto, porque há um fim religioso e porque há um fim civil, que o Estado senão desinteresse de tudo o que respeita à instrução técnica do indígena e ao ensino da língua portuguesa. Num espírito de leal colaboração com as missões. Mas tanto ao fiscalizar, como ao suprir e corrigir – deixando a César o que é de César.
Em matéria de política sanitária, há nas colónias portuguesas uma concepção e algumas realizações de grande estilo. A concepção interessa à penetração sistemática dos serviços de saúde: dispensários junto de cada chefe de circunscrição e viagens de inspecção e socorro obrigatórias. E o que não está feito ainda, não pode e não vai demorar. Só a guerra o dificultou. O que se tem feito, de resto, é a garantia do que se vai fazer. Em espírito de sacrifício: ganham os nossos médicos metade do que se ganha em outras colónias, dobrado esforço o seu. Em eficiência também: a doença do sono foi combatida em Angola com esforço indomável. A varíola está redizída a percentagens ínfimas. Em organização, finalmente. Refiro-me sobretudo a Moçambique. Vasco Palmeirim não precisa de que lhe levantem aí um monumento. Levantou-o ele. Lembro-me de ouvir, quando voltou de África, ao Dr. José de Almada, enciclopédia viva da história diplomática e da acção colonial na sua expressão mais civilizada, a descrição entusiástica do que é o hospital de Lourenço Marques, sem qualquer luxo supérfluo, mas com sábia disposição das sua enfermarias, eficiente serviço da sua consulta externa, utilização corrente da sua maternidade pelas parturientes nativas, com a sua escola de enfermagem, com a sua cozinha automática. Mais ainda. O Dr. Vasco Palmeirim fez o que devia ser regra de muitos serviços: premiar os seus colaboradores com viagens de estudo, de que há relatórios proveitosos. E fez uma coisa nova em África: as ambulâncias automóveis para correr e socorrer a província. Não admira que o último congresso de médicos, reunido em Lourenço Marques, fosse a apoteose do seu nome e a consagração da sua obra. Obra de coração – como não havia de ser também uma obra portuguesa?
Falta falar da protecção económica do indígena.

(Continua)


Lugar e destino de Portugal: a Nau e a Tormenta (17)

Lugar e destino de Portugal: a Nau e a Tormenta – conferência feita na Sala de Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, em 9 de Maio de 1942. Na sessão solene de encerramento da «Semana Colonial» - Fernando Emygdio da Silva, prof. da Faculdade de Direito

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Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
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