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(Continuação)
Tudo ligado, de resto, a laboratórios existentes nas próprias colónias e de onde veem até às escolas da metrópole os resultados das experiências feitas. Problema complexo e dispendioso, mas onde há também resultados mais rápidos a colher. Por exemplo. Saber quais são as regiões mais favoráveis, ver em quais delas existem colonos que tenham dado provas de resistência e tino, e agrupar em sua volta famílias europeias. Alguns grupos interessantes se constituíram assim. E quando mais tarde se pusesse fazer melhor, esses mesmo já seriam uma base de apoio e progresso. Impossível prosseguir neste particular. Mas que formidável ideia de grandeza resulta quando se encara de frente a imensidade do Império, e se pode dar de longe a impressão, além do que está feiro, do que por lá se pode fazer. Só quero dar alguns exemplos de direcções mal esboçadas, menos conhecidas, portanto – e são fonte possível de riquezas sem fim. Junte-se ao que se conhece melhor, e avalie-se do todo. É um segundo Brasil. Se um só entre os novos que me escutam se sentir fascinado pelos tesouros deste conto das mil e uma noites que lhes não sei contar – e for lá para os colher, e fizer fortuna – Deus seja louvado! Corri o risco de fatigar-vos, mas não falei em vão. Veja-se esse mal sabido rol só de algumas, poucas possibilidades entrevistas: Em Cabo Verde: as suas laranjas, que já foram vendidas a preços de excepção no Selfridge, em Londres; pérolas falsas com escamas de peixe (vai ser talvez a moda, minhas senhoras) e combustíveis com os seus óleos; aproveitamento dos adubos das aves marítimas em duas ilhas desprezadas, vendem-se a 10 libras por tonelada, adaptação da cabra da Palestina, como fez a África do Sul, e assim se tornou no segundo exportador de lãs do Império. Na Guiné: multiplicar por cinco o rendimento das palmeiras dem-dem; haverá que educá-las, como em Samatra, dando-lhes a aparência possível, no porte, das nossas figueiras do Algarve; seleccionar o arroz; fazer uma grande criação de porcos. Em S. Tomé: cultivar a quina, nós importamos todo o quinino que se gasta nas colónias;
(Continua)
Lugar e destino de Portugal: a Nau e a Tormenta (13)
Lugar e destino de Portugal: a Nau e a Tormenta – conferência feita na Sala de Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, em 9 de Maio de 1942. Na sessão solene de encerramento da «Semana Colonial» - Fernando Emygdio da Silva, prof. da Faculdade de Direito Consultar todos os textos »»
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