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(Continuação)
Técnicos estrangeiros eminentes foram mobilizados: o botânico Gossweiler para Angola; o geólogo-mineiro professor Ernest Fleury para o distrito do Congo; o engenheiro Hall para Moçambique. De uns e outros estão chegando estudos de merecimento. Alguns interessando, por sinal, explorações imediatas: o obre do Quibocolo; o ferro de Mombassa; os calcários asfálticos dos Libongos; os carvões de Tete; o petróleo de S. Tomé, Príncipe e Timor; os betuminosos de Luanda; o cimento para fabricar em Benguela e no Lobito; o fomento pecuário no Sul de Angola. Isto quanto ao que está feito, ou em curso. O que falta fazer – e deve seguir-se, e é imenso – requer também visão de conjunto e decisão corajosa. Basta enunciar os vários problemas em suspenso: O problema da marinha mercante: são precisos mais e melhores barcos, que andem mais depressa, que tenham acomodações próprias para acondicionamento da mercadoria e que barateiem os fretes. Falo, claro, para depois da guerra. Agora temos de ser menos exigentes; há a fazer tudo o que ainda possa ser feito: comprar ou alugar navios. Verdade seja que a marinha mercante tem tido o mau sestro de ser entre nós uma das questões, a que já me referi, e que, nesse estado, se eternizam: os outros resolvem-nas, nos discutimo-las. Outra questão, a das alfandegas. Está aí, por sinal, a trabalhar-se bem. Vamos a caminho da unidade de nomenclatura pautal. Coisa essencial para nos entendermos. Mas há muito aí que mudar no espírito vigente. A pauta não pode obedecer ao mero interesse fiscal. E quando se transporta ao terreno económico tem, em cada caso, três causa a servir: consolidar o Império como um todo económico; desenvolver cada colónia; não encarecer a vida. Outra questão também: as comunicações telégrafo-postais. Última novidade, na matéria: os aerográficos. Cartas fotografadas e enroladas que vinham, antes da guerra, em quatro dias, da África ao Sul de Londres, pagando 1 sh. ½ de porte. Unificou-se a taxa telegráfica imperial, em 5 escudos, por palavra. Medida de alcance, a completar com telegramas de fim de semana, mais baratos, como se faz noutros pontos. Outro problema, mais, e transcendente esse. Ligar o dinheiro ao saber técnico, em organizações adequadas, para fomentar as colónias.
(Continua)
Lugar e destino de Portugal: a Nau e a Tormenta (11)
Lugar e destino de Portugal: a Nau e a Tormenta – conferência feita na Sala de Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, em 9 de Maio de 1942. Na sessão solene de encerramento da «Semana Colonial» - Fernando Emygdio da Silva, prof. da Faculdade de Direito Consultar todos os textos »»
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