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(Continuação)
Novo, sendo historicamente impossível dissociar a Nação do Regime e do seu fundador, visto que Nação, Regime e Salazar se fundiram, há muito, num todo fora do qual já não será possível vida social nem unidade nacional que nos permitam continuarmos a nossa história. Não quer isto dizer, é evidente, que fora dos quadros do Regime, e do escol que o vai realizando, não haja portugueses valiosos; são, porém, minoria sem expressão, que a Nação orgânica não entende nem escuta e que, por isso, vivem vida intelectual especulativa, à margem das realidades positivas da sociedade portuguesa. Talvez não se tenha reparado bem ainda nesse magnífico centro de confluência de toda a orgânica nacional que é a Câmara Corporativa. Contudo, pelas suas secções de estudos têm passado, sob os olhos e a inteligência das figuras mais representativas de todos os sectores da vida nacional, independentemente de credos religiosos e filosofias políticas, os grandes problemas económicos, financeiros, administrativos, ultramarinos, da educação nacional, previdência e assistência, justiça, trabalho, forças armadas, obras públicas, ciências, artes, letras, etc.... De tal forma que não é possível hoje, em Portugal, estudar-se, a sério, qualquer problema da Administração Pública, sem consulta prévia dessa obra magistral que são os numerosos volumes de Pareceres da Câmara Corporativa. E se sobre esses estudos exaustivos, muitas vezes definitivos, considerarmos os debates políticos da Assembleia Nacional, igualmente arquivados em volumes sem precedentes na história da nossa vida parlamentar, poderemos fazer alguma ideia acerca da representação nacional nestes órgãos fundamentais do Regime, isto é, da colaboração da Nação orgânica com o Estado Novo e vice-versa. Consulte-se a História de Portugal, a história da administração pública, a história política dos últimos três séculos, e veja-se se lá se encontra alguma época em que um chefe tenha conseguido reunir, como Salazar reuniu, à sua volta, em tarefa de salvação nacional, Universidades, Academias, Corporações económicas, comércio, indústria, finanças, agricultura, ciências, artes, letras, forças armadas, mundo sindical, instituições morais e... o respeito e admiração do Mundo inteiro! Como se há-de compreender, por isso, que haja quem julgue possível dissolver o Estado Novo, na aventura de uma zaragata, deixando a Nação entregue no dia seguinte, ao improviso das multidões desvairadas, sem quadros, nem prestígio, nem ordem, nem doutrina, nem experiência? Não, meus senhores! O Estado Novo é uma realidade nacional tão funda, corresponde de tal modo às necessidades político-sociais do nosso tempo, que os Portugueses ou hão-de realizá-lo ou cairão, fatalmente, na anarquia fratricida de que ele veio livrá-los na hora própria. Mas, realizarão, não haja a menor dúvida; realizar-se-á o Estado Novo, para além de Salazar, à sombra do seu nome, no rasto dos seus passos, porque a Nação não está a dormir e os seus quadros políticos não enlouqueceram. Mas, sendo assim — perguntar-nos-ão — por que será que, de vez em quando, ainda se levantam, aqui e além, multidões consideráveis, vociferando contra o Estado Novo, mesmo sem terem nada para o substituírem? A resposta, quanto a nós, não é difícil, mas requer severo exame de consciência, isto é, auto-crítica sincera, como soi dizer-se agora em linguagem muito laica... Nós já afirmámos, noutro trabalho, a convicção em que estamos de que a grande maioria daqueles, que, às vezes, se levantam contra nós não o fazem por serem contra o Estado Novo mas contra aquilo que lhes dizem que ele é e
(Continua)
Documentos Históricos (52)
Passado, Presente e Futuro
Conferência realizada em Viseu, pelo escritor Costa Brochado, em 14 de Junho de 1960, perante as comissões políticas do distrito, sob a presidência do governador civil, Exmo. Sr. Dr. Marques Teixeira (4 de 8)
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