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(Continuação)
descansarem neles, como se eles fossem eternos ou pudessem suprir a colaboração da grei. Nenhum chefe realiza a sua missão sem um escol nacional aquecido no calor do povo inteiro; os guias traçam as linhas gerais; o resto é, tempos em fora, com o escol e com o povo. Ora, revertendo, agora, meus senhores, ao caso dos nossos dias, parece já não haver dúvidas nenhumas, nem aqui nem no estrangeiro, de que Portugal é inspirado, há três décadas, por um guia de excepção; resta, portanto, que o escol e o povo cumpram o seu dever, acompanhando-o, por forma a não se frustrar a sua missão de salvação nacional. Nós temos sido acusados, conforme ainda há pouco demonstrei, de vivermos de um chefe endeusado, esquecidos de que os homens passam, mesmo quando são geniais, e de que uma Nação só pode descansar na constância de instituições constitucionalizadas. Dos que dizem isto, uns, fazem-no para concluírem, maldosamente, que Salazar é um ditador, de condição, e todos nós não passamos de fascistas totalitários, etc.; mas outros há que dizem a mesma coisa, depois de reconhecerem a genialidade de Salazar e a grandeza da sua obra, por um sentimento de angústia derivado da convicção em que vivem de que o Regime, o Estado Novo, e ele próprio, não pode sobreviver-lhe, e está condenado a subverter-se num caos aflitivo. Eu penso que nós temos alguma culpa destes lamentáveis estados de espírito, porque deveríamos ter esclarecido bem, há muito tempo, a consciência e inteligência da Nação acerca das realidades políticas destas gloriosas décadas de Estado Novo. Por o não termos feito, foi-se criando a mentalidade pessimista e falsa de que o Estado Novo é Salazar, regime pessoal para o tempo da sua vida, para nada contando os órgãos constitucionais por si fundados, nem a Escola que criou, os estadistas que formou, e a política de união nacional com que acordou a alma da Nação adormecida. Deste modo se foi alimentando também a ilusão perigosa de que somos um exército político sem estado maior, incapaz de manobrar sem o chefe providencial que o organizou e comanda há tantos anos. Aqui, estamos, sem dúvida, perante um fenómeno de ilusão de óptica, porque quando o astro rei fulgura nas alturas é difícil divisar toda a gama sideral... Seria, porém, ridículo concluir que Salazar realizou sozinho a sua obra gigantesca de salvação nacional. Ele teve sempre, e tem, a seu lado, a maior congregação de colaboradores que jamais se viu, em tempo algum, à volta de um Regime, desde a época do Infante para cá. Referindo-se à gigantesca obra do Estado Novo, afirmou, no referido discurso de Lisboa, o Presidente dos Estados Unidos: O que vejo aqui, não aconteceu por acaso: foi necessário estabelecer planos e levá-los a cabo. Exactamente. E esses planos e realizações nunca vistos, em Portugal, numa geração, em tempo algum, não se compreendem nem se explicam sem um escol de políticos, de técnicos e trabalhadores conscientemente apostados numa tarefa superiormente delineada e comandada. E assim foi e assim é, sem dúvida alguma, por mais que os cegos não queiram ver e os facciosos persistam em cegar-se à luz do dia. Na verdade, jamais houve Estadista, desde a Restauração para cá, que reunisse à sua volta, em qualidade e quantidade, um escol de colaboradores como aquele que vem trabalhando, com Salazar, há três décadas memoráveis. Assim como também não há memória, na nossa história política, desde os séculos XV e XVI, de algum Regime ter interessado a Nação inteira, a Nação orgânica, como o Estado Novo vem interessando Portugal sob a égide de Salazar. Noventa e tantos por cento das aristocracias nacionais, têm colaborado e continuam colaborando, activamente, com Salazar e o Estado
(Continua)
Documentos Históricos (51)
Passado, Presente e Futuro
Conferência realizada em Viseu, pelo escritor Costa Brochado, em 14 de Junho de 1960, perante as comissões políticas do distrito, sob a presidência do governador civil, Exmo. Sr. Dr. Marques Teixeira (3 de 8)
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