21 de novembro de 2024   
>> PÁGINA INICIAL/TEXTOS
..:. TEXTOS

(Continuação)

quim Maria de Oliveira Simões, José Marques Loureiro, Luís da Costa Amorim, Manuel da Costa Dias, Manuel Serras, Mariano Lopes Vieira, Mariano Rocha Felgueiras, Pedro Pita, Rodrigo de Abreu e Lima, Teófilo Pais Carneiro, Viriato Lobo, Vitorino Guimarães, Zacarias Guerreiro.
Concluída a chamada, o sr. Rodrigues Gaspar, secretariado pelos srs. Baltasar Teixeira e Manuel Serras, declarou:
— Estão presentes 37 srs. deputados. Não há número. Acha-se encerrada a sessão legislativa.
Nesta altura o sr. Lago Cerqueira ergueu um Viva a República, que foi correspondido por vários dos seus colegas.
Os socialistas não compareceram, bem como os agrários. Dos monárquicos estava o sr. António Cabral. Dos católicos encontrava-se apenas o sr. Alberto Dinis da Fonseca. Dos unionistas notou-se a presença do sr. Pinto Barriga. Dos esquerdistas estiveram na sala os srs. José Domingues dos Santos e Crispiniano da Fonseca, que nada se demoraram, retirando-se antes de se proceder à chamada.
Às 15,15 chegou ali um esquadrão de cavalaria da G.N.R. que se foi postar no largo de S. Bento, detrás da parte do edifício ocupado pela Torre do Tombo. O respectivo comandante, um capitão, declarou ao comandante da força que fazia a guarda de honra, que por ordem do Ministério da Guerra, os portões do edifício deviam ser imediatamente fechados e mandados sair os parlamentares e outras quaisquer pessoas que estivessem nas dependências do Congresso.
Pouco depois, tendo sido encerradas as sessões nas duas casas do Parlamento, a ordem foi cumprida, retirando então o esquadrão de cavalaria.
Às 16 horas um grupo de parlamentares constituído pelos srs. Agatão Lança Sousa Coutinho e Adriano Pimenta, democráticos, e Carvalho da Silva, Rui de Andrade e Cunha e Costa, monárquicos, pretendeu entrar no edifício o que não lhes foi permitido pela força de infantaria da G.N.R.. O sr. Agatão Lança teimou, porém, no seu propósito, o que deu aso a uma troca de palavras azedas entre aquele parlamentar e o comandante da força. Por fim como ele alegasse que ia apenas buscar uns papéis que tinha na sua secretária, foi-lhe permitida a entrada pouco se demorando.
O sr. Carlos de Vasconcelos a quem um dos porteiros pôs ao corrente do que se passava, esclareceu que não queria subir, mas simplesmente receber a sua correspondência. As patrulhas da Guarda Republicana a cavalo não consentiram que os pequenos grupos formados na escadaria exterior do edifício ali se demorassem conversando.
Na sala, todavia, estiveram em amena palestra alguns parlamentares, democráticos a um lado, e nacionalistas a outro. Como após a sessão, alguns políticos entre os quais o sr. presidente da Câmara dos Deputados se demorassem a conversar nos Passos Perdidos, o capitão, sr. Jaime Baptista, que acorrera ao Congresso, para verificar se eram cumpridas as determinações do Ministério da Guerra, deu ordem ao comandante da guarda de honra para convidar aqueles políticos a abandonarem imediatamente o edifício, o que eles fizeram.
No Senado a sessão abriu sob a presidência do sr. Correia Barreto, tendo respondido à chamada vinte e quatro senadores que representavam as diversas correntes políticas.
Lida e aprovada a acta, o sr. presidente declarou à Câmara que recebera uma comunicação de que iam ser fechadas as portas do Parlamento, mas não quis deixar de cumprir as disposições legais que mandam abrir a sessão naquele dia.
Usaram da palavra, fazendo o elogio do sr. presidente do Senado, os srs. Carlos Costa, em nome da maioria, Vasco Marques, pela União Liberal, Júlio Dantas, em nome do Partido Nacionalista, e João de Azevedo Coutinho, em nome da minoria monárquica.
O sr. presidente agradeceu as felicitações que os senadores lhe dirigiram, encerrando em seguida a sessão.
O sr. Ramos da Costa elevou um viva a República que foi correspondido por todos os lados da Câmara, à excepção, é claro, do representante da minoria monárquica.
Assistiram à sessão os senadores srs.:

Bulhão Pato, Alves de Oliveira, Silva Barreto, Constantino Santos, Sá Viana, Francisco António de Paula, Francisco José Pereira, Ramos da Costa, Vicente Ramos, Caldeira Queiroz, João de Azevedo Coutinho, João Augusto de Freitas, Carlos da Costa, Pereira Gil, Costa Júnior, Fernandes de Almeida, Mendes dos Reis, José Varela, Júlio Dantas, Ramos Pereira, Álvares Cabral, Silvestre Falcão e Vasco Marques.

(Continua)

Documentos Históricos (32)

A arrancada de 28 de Maio de 1926, por Óscar Paxeco – 1956.
Elementos para a história da sua preparação e eclosão.

A renúncia de Bernardino Machado — A última reunião do Parlamento dos Partidos (II de III)

Consultar todos os textos »»

 
Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
«Salazar - O Obreiro da Pátria» - Marca Nacional (registada) nº 484579
Site criado por Site criado por PRO Designed :: ADVANCED LINES