7 de dezembro de 2024   
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PORTUGAL HISTÓRICO

Em 30 de Julho, o actual Chefe do Governo português declarou:
— «Na nossa ordem política, a primeira realidade é a existência independente da Nação Portuguesa, com o direito de possuir fora do continente europeu, acrescendo à sua herança peninsular, por um imperativo categórico da História, pela sua acção ultramarina em descobertas e conquistas, e pela conjugação e harmonia dos esforços civilizadores das raças, o património marítimo, territorial, político e espiritual abrangido na esfera do seu domínio ou influência».
Repare-se bem na calma energia, na firme serenidade que animam esta declaração preliminar.
Escreveu Lucien Romier que a mais sensível resultante do após-guerra é a ressurreição do espírito nacionalista. E acrescentava: «ao dizer nacionalista, poderia dizer, melhor ainda, imperialista». Com efeito, é de essência imperial o espírito nacionalista do Portugal de hoje.
Isto não quer dizer — ninguém de boa fé poderá confundir — que pretendamos, sob qualquer forma, dominar povos estranhos, ou que sonhemos com empresas guerreiras e conquistadoras...
Não! O Império Português existe. Fizeram-no as sucessivas gerações portuguesas. Marcaram-no e consolidaram-no com o seu sangue inúmeros heróis. É o maior troféu deixado pela História. É o formidável documento do impulso dinâmico, civilizador, expansivo, universalista, da Raça.
O Império existe. Trata-se, apenas, de o manter. Mas é impossível mantê-lo sem esforços, sem progressos novos.
Não podemos quedar-nos imóveis, esmagados sob o peso da herança. Devemos fazê-la prosperar. Devemos aumentar-lhe o valor. Devemos organizar, dentro de moldes mais amplos, o seu governo e a sua administração.
Antes de mais nada, porém, era necessário afirmar, uma vez mais, perante o País e perante o Mundo, como fez Salazar no limiar da construção do Portugal Novo a integridade plena e gloriosa do Portugal Histórico.

GRITO DE FÉ

No encerramento da Semana das Colónias, em 1932, O sr. dr. Armindo Monteiro, lançou à consciência nacional, este brado de optimismo e de estímulo:
— «Diz-se que as nações têm, como os homens as suas épocas de ascensão, de apogeu e de declínio. Portugal parece destinado a erguer-se perpétuamente sobre as próprias cinzas».
Estas palavras despertam ecos profundos em todos os portugueses da nova era. Sentimos, de dia para dia, que Portugal não está em declínio e que, pelo contrário, tende a renascer das cinzas do seu passado heróico. Provou-o o sobressalto resgatador do 28 de Maio. Provou-o a impulsão de seguro nacionalismo que lhe foi dada em 30 de Julho de há seis anos. Prova-o a obra gigantesca dos dez anos, já feitos, de Ditadura. Prova-o, enfim, a bela exaltação criadora que enche o País de norte a sul e torna cada vez mais visível e irresistível a marcha para a vitória.
Não é porém, apenas como grito de fé que esta profecia deve ser celebrada e meditada. É, também, como expressiva síntese da mentalidade neo-imperialista que urge desenvolver entre nós. A Nação vive há muito divorciada dos seus grandes destinos imperiais. Vive numa posição subalterna de potência de segunda ordem quando lhe cabe um dos maiores lugares entre as primeiras potências do Mundo. Tenhamos a inteira e forte noção do que fomos e do que somos, para atingirmos plenamente as nossas justas aspirações. Ainda aqui nos socorreremos de um belo período do sr. dr. Armindo Monteiro:
— «Portugal pode ser apenas uma Nação que possui colónias — ou um Império. Este será a realidade espiritual de que as colónias são a corporização. A par da extensão territorial, o Império resulta, sobretudo, da existência de uma mentalidade particular a que devo chamar imperial. Funda-se esta, essencialmente, na certeza que a Nação possui do valor da obra que já realizou, na vontade de a prosseguir ininterruptamente, na convicção de que pode prossegui-la vencendo todas as dificuldades — porque é esse o seu direito».

POLÍTICA IMPERIAL

Palavras lúcidas, oportuníssimas, que vêm dar um sentido luminoso à política imperial dos governos da Ditadura e do Estado Novo e a Conferência Económica do Império Colonial Português. Compreendemos agora bem para que se fez o Acto Colonial, a Conferência Imperial de 1933, a Exposição Colonial do Porto e a Conferência Económica do Império Colonial Português. É, como se diz no Decálogo, para «reintegrar Portugal na sua grandeza histórica, na plenitude da sua civilização universalista de vasto Império».
Nas últimas décadas, embaraçados pela guerra civil permanente do regime individualista dos partidos, temos gasto as nossas energias a lutar uns contra os outros. Deprimiu-se o nosso moral, desfalcou-se o nosso património, foram estéreis as nossas canseiras. A idade, agora, é outra. Ao mesmo tempo que promoviam a reconstrução total do organismo português, os actuais governantes riscavam o plano imenso da consolidação do Império. Não bastava ordenar, manter e desenvolver a Nação metropolitana; era indispensável alargar o fomento renovador às Ilhas e ao Ultramar. Para alcançar tal objectivo, não há dúvida que se devia favorecer a criação de uma nova mentalidade imperial.
Note-se bem, porque é da maior importância: o imperialismo a que aludimos, não é o de Helvécio, o de Nietzsche, o de Gobineau, o de Chamberlain — o imperialismo egoísta, que apenas amplia, sem qualquer nobre finalidade, o instinto individual de posse e de conquista. É, sim, o imperialismo evangelizador e civilizador em que o indivíduo é instrumento e portador de uma verdade fraterna e universal, obreiro anónimo de uma cruzada secular, elo de comunicação de um mesmo espírito progressivo e humano. Foi sempre essa a nossa missão através dos continentes longínquos e das populações bárbaras: levar aos remotos confins e às remotas gentes, o apostolado da paz, da beleza moral, do amor e da misericórdia divinas. Desde que em nós renasça o antigo ardor de missionários de Cristo, voltaremos «a fazer de Portugal uma das maiores potências espirituais do Mundo».
Assim, nos salvaremos e engrandeceremos. E assim ocuparemos o alto lugar que nos está guardado, nos largos quadros da civilização do Ocidente!


Princípios da Doutrina do Estado Novo (11)

O ESTADO NOVO quer reintegrar Portugal na sua grandeza histórica, na plenitude da sua civilização universalista de vasto Império. Quer voltar a fazer de Portugal uma das maiores potências espirituais do mundo.
DECÁLOGO do Estado Novo, Edições SPN Lisboa

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Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
«Salazar - O Obreiro da Pátria» - Marca Nacional (registada) nº 484579
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