21 de novembro de 2024   
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«Quando a Nação portuguesa se foi estruturando e estendendo pelos outros continentes, em geral por espaços livres ou desaproveitados, levou consigo e pretendeu imprimir aos povos com quem entrara em contacto conceitos muito diversos dos que mais tarde caracterizaram outras formas de colonização. Às populações que não tinham alcançado a noção da pátria, ofereceu-lhes uma; aos que se dispersavam e desentendiam em seus dialectos, punha-lhes ao alcance uma forma superior de expressão — a língua; aos que se degladiavam em mortíferas lutas, assegurava a paz; os estádios inferiores da pobreza iriam sendo progressivamente vencidos pela própria ordem e pela organização da economia, sem desarticular a sua forma peculiar de vida. A ideia da superioridade racial não é nossa; a da fraternidade humana, sim, bem como a da igualdade perante a lei, partindo da igualdade de méritos, como é próprio de sociedades progressivas.»
(Salazar, Discursos, vol. VI, p. 95).

O meu velho amigo Joaquim da Silva Cunha, que tanto da sua vida dera ao Ultramar, recordaria na conferência que proferiu durante as comemorações do centenário do nascimento de Salazar: «A colonização, antes defendida pelos autores clássicos que a estudaram, como um processo de valorização das terras e das gentes, passou a ser designada, como colonialismo, como processo de degradação das terras, e exploração e escravização das gentes.
Começaram a surgir as ambições das superpotências, relativamente às terras onde tinha decorrido a acção das colonizações tradicionais.

Já, em 30 de Novembro de 1960, Salazar erguera perante a representação nacional um quadro muito claro da situação que, na África, se gerava. E quando muitos, por conta própria ou alheia, sonhavam devaneios (altruístas ou não) de douradas autonomias — já Salazar, na sua lúcida frontalidade, erguia perante os Deputados esta pergunta directa: «Quem serão os futuros colonizadores?» E esclarecia: «Esta a incógnita que pesa sobre grande parte de África.»
Expondo as raízes da própria ideia-mãe da portugalidade, o Presidente do Conselho erguia os fundamentos da nossa presença em África; quiçá, àquela hora, com alguma esperança de que pudesse o mundo entendê-la; logo no combate a que nos forçassem para defendê-la e «com ela, a integridade da nação».

«As diatribes lançadas de altas tribunas por pessoas responsáveis contra a obra colonizadora portuguesa, à parte o que se deve a atitudes emocionais e interesses inconfessados, assentam seguramente no desconhecimento do que sejam Angola e Moçambique.»
(Salazar, Discursos, vol. VI, p. 145).

Em discurso à Assembleia Nacional, a 30 de Julho de 1961, Salazar ergue seguro testemunho do progresso do Ultramar Português. E sempre citando estatísticas oficiais estrangeiras, alude detalhadamente ao estado económico e social das duas grandes Províncias de Angola e Moçambique e compara-o com o dos territórios vizinhos.
Refere todos os índices normalmente utilizados para o efeito: a construção civil, em número de metros quadrados, por habitante; a construção de estradas e o número de veículos que nelas circulam; a implantação de vias-férreas e o movimento ferroviário; a energia eléctrica, na potência instalada e na energia disponível por habitante; os portos, na sua qualidade e volume de tráfego; o estado sanitário das populações (anotado pela Organização Mundial de Saúde) e o esforço de modernização, no campo da medicina, e a assistência às populações. E o pujante crescimento do ensino. E, tendo aludido ao sério crescimento económico em curso, Salazar lamenta que o esforço que nos é imposto para debelar o terrorismo, seja mais pesado do que um excelente plano de fomento.

POLÍTICA ULTRAMARINA (17)

SALAZAR – Memórias para um perfil, de José Paulo Rodrigues (subsecretário de Estado da Presidência do Conselho de 1962 a 1968), pág. 159 a 161

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Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
«Salazar - O Obreiro da Pátria» - Marca Nacional (registada) nº 484579
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