21 de novembro de 2024   
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(Continuação)

históricos dos últimos tempos para vermos, nitidamente vermos, deslocar-se já a fachada incoerente da mitologia histórica anti-cristã, que ainda em nossos dias tem adoradores inconscientes…
A maior parte das nações requer nos nossos dias uma doutrina, na qual se afirmem a paz e a justiça, se enunciem os princípios que regularão as relações de direito entre os membros da cidade, se estabeleçam as regras que hão-de prever e limitar os conflitos, enfim o estabelecimento ou a reorganização de uma ordem transcendental pela qual em muitas delas se luta e anseia. Ora esta arte prática por que tanto aspiram não poderá eternamente faltar-lhes, mas não hão-de tentá-la separando a moral da metafísica porque é escusado e imprevidente desprezar os princípios, pois todos sabemos que as ideias falsas são bem mortíferas e fazem estiolar os sonhos mais desinteressados.
Não se vê nada, Senhores, na ordem temporal não se vê nada para além de Portugal, ou pouco mais, que tenha verdadeira alma, coração bastante largo e puro, cabeça suficientemente forte e esclarecida para agrupar na verdade e guiar com justiça esta nossa humanidade carregada de milénios, e conduzi-la na via escura e tenebrosa em que actualmente caminha.
Em presença das ruínas das antigas potências políticas e económicas — sobretudo depois da guerra — o nosso olhar volta-se ansiosamente para as potências do Espírito, que ainda estão presentes no mundo, semelhantes ao rochedo intacto ante o assalto da vaga enorme. E elas poderão ainda estar presentes com toda a sua força, quando — como dizia Macaulay — «um viajante da Nova Zelândia chegar um dia, e no meio de um imenso deserto de ruínas, instalado sobre um pilar demolido da ponte de Londres desenhar as ruínas da Catedral de S. Paulo».
Aqui está uma lição de transcendente perenidade que atrai a nossa inteligência e o nosso coração, e cujo vigor desafia tudo. No dia de hoje, vinte anos contados na vida de um Povo e de um Homem, aqui está, pois, a lição moral e política de Salazar e a raiz e expressão última do seu pensamento, válido para Portugal e para a Europa, válido para Portugal e para o Mundo, porque tem um sentido profundo a guiá-lo para a luz e para a verdade, e que aos portugueses «os encherá de orgulho como patriotas».

(Fim)

SALAZAR - testemunhos... (20)

Discurso proferido por , Manuel Lopes de Almeida, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra , por altura do XX aniversário da entrada do Prof. Salazar no governo. Abril 1948.

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Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
«Salazar - O Obreiro da Pátria» - Marca Nacional (registada) nº 484579
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