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..:. TEXTOS
(Continuação)
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Quebrado o grande elo da Família em que nascera, pela morte de sua Mãe a quem tanto queria, renunciando a sua carreira universitária para servir; confrontado com ciclópica tarefa para fazê-lo eficazmente, outras renúncias pessoais, que só no íntimo da sua consciência encontraram justa medida e fundamento, se lhe terão imposto. Conhecera enlevos do coração, que referem os seus próximos de Coimbra ou a que alude expressamente o seu grande biógrafo. E a sonhada poesia da Família, surge no belo soneto de Plantin, que António Ferro vira copiado pelo seu próprio punho:
«Conserver l’esprit libre et le jugement fort Dire son chapelet en cultivant ses entes Cest attendre chez soi bien doucement la mort».
Naquela casa de S. Bento vivera o seu longo combate pelo bem da Nação em horas de regozijo e em horas de inquietantes dificuldades, sempre sem deixarem de perpassar pelo seu espírito em humaníssima preocupação, os cuidados da pequena lavoura da casa em que nascera ou as carências dos mais humildes. E, já prisioneiro da doença que lhe cortara o combate que fizera da vida, viveu depois na ânsia de retomá-lo; sofreu, rezou, cultivou a memória dos seus, viu fidelidades, pressentiu ingratidões. E morreu serenamente.
(Fiim)
SALAZAR - testemunhos... (07)
SERVIR – Capítulo II do livro do Dr. José Paulo Rodrigues (subsecretário de Estado da Presidência do Conselho de 1962 a 1968), "Salazar – Memórias para um Perfil" – 2ª edição, pág. 23 Consultar todos os textos »»
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