21 de novembro de 2024   
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(continuação)

Seguindo:
Quem acabou com essa imbecilidade de crer que para ser comandante dum corpo de bombeiros bastava ser-se filho de bombeiro?!!
Quem reorganizou e militarizou esse serviço fazendo disso uma coisa decente? Quem?
Vejam-se esta estatística e palavras que o comandante Frederico Vilar forneceu a um jornal.

Valores seguros em Lisboa nos quais se registaram sinistros:
Prédios: 19.922:250$00
Estabelecimentos: 29.308:395$00
Habitações: 902:200$00
Total: 50.132:845$00

Indemnizações pagas pelos mesmos sinistros:
Prédios: 857:579$41
Estabelecimentos: 801:668$83
Habitações: 41:257$58
Total: 1.700:505$82

Percentagem 3,392%.
Em poucas cidades do mundo nomeadamente nas que têm bairros antigos como Lisboa se consegue obter uma percentagem como aquela.
E quem criou o entreposto de Gaia? Quem deu dinheirinho barato à lavoura? Quem foi? Quem deu o subsídio por hectare cultivado?
Quem comprou material de guerra, apesar da compressão de despesas?
Quem é que não comprou aviões «Wickers» a 1:000 contos? E quem é que os comprou?
Quem fez até hoje a defesa da nossa alimentação? Quem até hoje conseguiu impor-se, ainda que pouco, à Moagem?
Quem estabeleceu postos de investigação cultural e de observação e adopção de trigos seleccionados, entre eles o de Alverca? Quem restaurou as missões religiosas no Ultramar?
Eu julgo que já disse que não cultivo religião nenhuma. Acho que Sua Excelência o senhor Deus deve saber, visto ser um Princípio Soberanamente Inteligente, que eu sou um homem de carácter, honrado, caritativo, que gostaria de ver o mundo melhor, ainda que para isso eu próprio tivesse de me sacrificar materialmente. Logo não é com rezas e pedidos — então seria ele um Princípio Burro e não Inteligente — que conseguirei o favor de Sua Excelência olhar por mim cá na Terra — este átomo do Universo.
O que sei é que sendo Deus para um católico, por exemplo, uma coisa concreta, por Ele se têm praticado crimes, martírios e heroísmos, e que consequentemente — fácil é de perceber — um missionário exercendo uma profissão à qual a devoção, mais que a obrigação de trabalho, tão difícil de definir neste caso, deve ser inerente, poderá, para não dizer deverá, vir das fileiras religiosas. Que me importa a mim que o preto adore Deus ou adore o Sol? Que adore Deus ou um corno ou um escaravelho? (Quando volto a rever o que escrevi já se passaram muitos meses, à roda dum ano. Neste período saiu um folheto de Brito Camacho: — A Reação. O livro, coitado, é bem o que depois o contraditor Frei Gil, na Rebolação, prova. No que estes tipos se entretêm: com a Igreja! É Brito Camacho – a ratazana, como lhe chamou o Mundo – parece que ainda é do melhor dos partidos. Calcule-se o resto…)
Sim, que me importa, se ao mesmo tempo esse preto aprende português, aprende a ser bom, aprende um ofício, fica um amigo do meu país?
Dizia-me o capitão Canelhas — um oficial que como eu acha muito mais importante a política de portos ou de estradas que aqueloutra que divide os homens em esquerdos, direitos e do centro – dizia-me ele ter tido oportunidade de ver a obra formidável dos missionários em África.
Em contraposição as missões laicas serviram somente para colocar vadios.., da côr.

Quem apresentou o acto colonial? Quem pela primeira vez meteu na ordem os envenenadores da nossa alimentação, um dos quais, como se sabe, depois de multado por vender artigos já podres, deu farto dinheiro para a compra de material para a revolução reviralhista?
Só a obra de Salazar, a obra das estradas, e a da luta contra os mixordeiros chegariam para impor aos homens honestos e não fanáticos do meu país a obra destes cinco anos sem a tasca S. Bento. Mas é que... não há Liberdade... de matar, de insultar, de chacinar cada um, e a maioria dos republicanos «reviralhistas» não podem viver sem o insulto boçal a revolução por trimestre, a chacina género dezenovoutubrista.

Quem acabou com o cancro do «Sul e Sueste»?
Disse-me um «reviralhista» que raras eram as pessoas que viajavam sem abatimento naquela linha, isto aparte uns célebres bilhetes para indigentes (!) que me disseram também lá haver... e que evidentemente serviam para toda a gente menos para os pobres.
Quem tem inundado o país de escolas, reparando, construindo, ampliando?
Quem pensou e começou a obra da hidráulica agrícola?
Quem, sem pedir empréstimos ao estrangeiro — antes com um empréstimo interno tão bem recebido, que foi coberto três vezes e meia (!!!) — se abalançou a cuidar dos nossos portos?
Lembro de novo que o Cunha Leal acha que temos portos suficientes e bons.
Mas o Cunha Leal entende muitas coisas que nós, homens asseados de corpo e espírito, não entendemos.
E quando se viu ligar-se importância à Higiene deste povo desgraçado?
Que importância ligaram os políticos ao problema da lepra, ao problema da tuberculose? – Nenhuma. E isto num país que tem 3:000 leprosos! Num país em que morre um tuberculoso em cada quarto de hora! –
Para vergonha nossa e do Cunha Leal, homem público, veja-se esta estatística (habitantes / leprosos):

Portugal 6.000:000 - 3:000
Espanha 22.000:000 - 1:000
Itália 40.500:000 - 300
Noruega 2.650:000 - 90
Finlândia 3.500:000 - 40
Suécia 6.500:000 - 30
Inglaterra 43.000:000 - 25
Alemanha 63.000:000 - 8


Quem baixou ligeiramente a indisciplina da tropa, quem melhorou consideravelmente a sua apresentação na rua?
Quem tem pretendido acabar com a intromissão do civil no quartel para fins políticos? Para se julgar do que era o tempinho de novo tão desejado pelos «reviralhistas», veja-se o que no Intransigente de 24 de Janeiro de 1915 dizia Machado dos Santos:

«As crianças, de dezasseis e dezassete anos da Sociedade n.° 1 de Instrução Militar Preparatória, foram chamadas à uma hora da madrugada, em suas casas para se irem armar ao arsenal de marinha!
Formigas têm andado pelos regimentos a incitar os contra os oficiais, prometendo-lhes, em nome de Afonso Costa galões de tenente.
Protege-se assim um massacre, nas paradas dos quartéis!
O cúmulo da infâmia!»

Quem conseguiu reduzir a nossa dívida de guerra à Inglaterra?
Quem obrigou a malandragem metida, como funcionários públicos, sem lugares, após o Monsanto, pelos célebres 39 suplementos do Diário do Governo de 10 de Maio de 1919 — autoria do «formiga» Domingos Pereira — a apresentar documentos de habilitações e cadastro?
Quem teve a coragem de lhes reduzir os vencimentos, pondo-os em adidos?
Hoje — facto único na história da moralidade portuguesa – quando há uma vaga, ela é sempre para um funcionário adido que é sempre inimigo da Ditadura, isto é, «Reviralhista».
Em que era se viu isto em Portugal, ó «reviralhistas»? Digam, respondam.
Apareceu um dia no ministério da Instrução um requerimento em que um professor das extintas Escolas Primárias Superiores pedia para passar a contínuo, por realmente não ter competência para o cargo!!
Belos tempos os da república de S. Bento! ó Bernardino, toca o hino, anda maroto!

(continua)

EM DEFESA DO REGIME (02)

Do Livro: Da Pulhice do "Homos Sapiens", de Humberto Delgado - 1933 - Capítulo XIX, pág. 208-214

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Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
«Salazar - O Obreiro da Pátria» - Marca Nacional (registada) nº 484579
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