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Em maior ou menor grau — no passado pelas recordações gloriosas que ele evoca, no presente por múltiplos interesses comuns e por igual labor pacífico e fecundo, no futuro por idênticas aspirações — há para todos nós e entre nós todos, as duas nações da Península hispânica e as nações da América latina, um património que é pertença comum, um fundo de tradições, de crenças e de ideais, laços de espírito que os séculos não rompem, correntes de simpatia e amizade que divergências transitórias não atingem na sua mais profunda essência. Da Europa, ora tão agitada, parece que o Atlântico separa as nações latinas da América, e no entanto não podemos considerá-las se não como parte dela. Sem vós a Europa seria mera expressão geográfica amputada do seu significado moral, porque, do seu espírito criador e da vitalidade dos princípios que a têm conduzido e inspirado através dos séculos, nenhum testemunho existe mais evidente, nenhum florão mais belo do que as nações aqui presentes, verdadeiramente carne da sua carne e sangue do seu sangue. Somos em suma uma grande família, constituindo em todos os momentos e em todas as circunstâncias altíssimo valor para a civilização cristã e um dia porventura para a paz do mundo.
Relações Internacionais: A Comunidade Luso-Brasileira (04)
(«Península hispânica e América latina» — Brinde no almoço oferecido ao Ministro dos Negócios Estrangeiros da Argentina, em I de Maio, no Palácio de Sintra — «Discursos», Vol. III, pág. 304) – 1941 Consultar todos os textos »»
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