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Sob a pressão de opiniões públicas mal informadas ou pervertidas escapa das mãos dos homens de Estado a direcção dos negócios e em regimes que presumem de liberais os governos não são livres de conduzir, como conviria, a solução dos problemas da política internacional. Julga-se isto uma superioridade, mesmo contra a evidência dos factos. Um dos casos mais típicos e que poderia apresentar-se como exemplo é o da guerra civil de Espanha. Poucos problemas terão sido logo de começo tão claros, tão simples, tão fáceis de sobre eles se tomar orientação segura, pois, à parte a Rússia soviética, só havia para as potências ocidentais um idêntico interesse. E no entanto, porque, indesculpavelmente, aqui e além a intromissão de paixões políticas conseguira subalternizar o próprio interesse nacional, a Espanha é arrasada, a Europa tem vivido horas de inquietação e os que não rectificarem a tempo as suas posições vão gastar anos a reconquistar — se o puderem — o que inabilmente deixaram perder.
Relações Internacionais: O Comunismo, Aliança Inglesa, Amizade Peninsular, Pacto do Atlântico (09)
(«Duas palavras de prefácio» — «Discursos, Vol. II, págs. XV-XVI) – 1937 Consultar todos os textos »»
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