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Falamos com inteira fraqueza do desconcerto europeu. Heis-de ver nos países pacifistas pregar-se a guerra santa contra os países de ordem, e os que pretendem evitar lutas entre os povos por motivos ideológicos promoverem a união das democracias contra as ditaduras. Vereis em nações que blasonam de livres serem negadas liberdades reconhecidas e praticadas nos Estados autoritários; em nome da independência dos Estados admitida a ingerência, na sua vida interna, de organismos revolucionários estrangeiros, e em nome da igualdade dos povos na comunidade internacional ir-se pouco a pouco substituindo à livre associação dos Estados um super-Estado em que por tal caminho se afundará a real independência política dos pequenos países. A Rússia herdou a estrela da França de 89: vai-se curando do comunismo dentro de si própria, assiste ao fracasso do sistema doutrinal em contacto com as realidades da vida, esmaga-o impiedosamente no que teime ainda em viver e aproveita o prestígio da ilusão comunista subsistente no Mundo como arma poderosa de domínio internacional; mas os cegos não podem vê-lo. Nações que supõem defender a paz estão deixando a outros o cuidado de defenderem a autoridade e a ordem; e da necessidade de as estabelecer mesmo no seio daquelas pode nascer a guerra um dia.
Relações Internacionais: O Comunismo, Aliança Inglesa, Amizade Peninsular, Pacto do Atlântico (06)
(«A embaixada da colónia portuguesa no Brasil e a nossa política externa» — Discurso aos representantes da colónia, em 15 de Abril — «Discursos», Vol. II, págs. 278-279) – 1937 Consultar todos os textos »»
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