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Doutrina essencialmente económica — aliás experimentada e de impossível adaptação à economia complexa dos povos civilizados — o comunismo converteu-se, por necessidade de combate, de defesa ou de infiltração nas massas, numa doutrina totalitária, como hoje se diz, em sistema completo de vida e organização social. Agregou a si todas as aberrações da inteligência e é, como sistema independentemente dalgumas realizações materiais, a síntese de todas as revoltas tradicionais da matéria contra o espírito e da barbaria contra a civilização. Ele é a «grande heresia» da nossa idade. Nós sabemos que há erros graves na nossa organização económica e social, desigualdades injustas, deficiências, misérias, mentiras, contradições, e é preciso que as remediemos ou as façamos desaparecer. É para isso que prosseguimos a nossa revolução, mas esta, para ser profunda, não pode destruir o que a tornará eficaz: os princípios fundamentais, encontrados pelo trabalho e o sofrimento das gerações passadas, digamos, as grandes realidades da vida social. O comunismo, não: ele tende à subvenção de tudo, e na sua fúria destruidora não distingue o erro e a verdade, o bem e o mal, a justiça e a injustiça. Pouco se lhe dá da história e das experiências seculares da humanidade, da vida e dignidade da inteligência, dos puríssimos afectos da família, da honra e pudor da mulher, da existência e grandeza das nações, contanto que da sua falsa concepção de humanidade tenha podido arrancar a escravidão do homem e a sua máxima abjecção.
Relações Internacionais: O Comunismo, Aliança Inglesa, Amizade Peninsular, Pacto do Atlântico (01)
(«A escola, a vida e a Nação» — Discurso à A. E. V., em 28 de Janeiro — «Discursos», Vol. I, págs. 308-309) – 1934 Consultar todos os textos »»
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