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Ambicionaria ser isento e desapaixonado, e talvez pudesse sê-lo: fujo a dobrar os factos às exigências das concepções teóricas e, vivendo embora certo número de princípios fundamentais, não sou fundador de sistemas e não faço questão pessoal de que nalgum ponto a realidade se mostre em desacordo com eles.
Com muitos outros defendo, do alto de fortalezas erguidas por gigantes em séculos de esforços, um vasto património – a unidade política e moral da Pátria e a integridade de um Império Colonial. No ardor do trabalho ou da luta, na honesta ambição do engrandecimento pátrio, parece esmagar-nos a grandeza da tarefa e muitas vezes me sucede perscrutar com os olhos as profundezas do horizonte, inquieto porque tardam a surgir dele, entusiastas e viris, mais braços e mais almas e, muitos que fossem, todos precisos para a reconquista de Portugal. Mas diante da escola nova ou remoçada «em espírito e verdade», eu espero – espero no duplo, integral sentido que a palavra tem, isto é, no tempo e na esperança: aguardo e confio.
O Problema da Educação (21)
(«Duas palavras de prefácio» a «Discursos», Vol. II, págs. IX e XXIII) - 1938 Consultar todos os textos »»
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