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Isto é uma inovação; será! Digam até, se quiserem, que é o início duma revolução, mas o início de uma revolução útil como nenhuma, ao abrir caminho por onde forçosamente hão-de enveredar aqueles que tiverem nalguma conta a prosperidade deste País, que é a nossa Pátria! (…) Grande obra é moldar uma alma! Extraordinária obra é formar um carácter, um indivíduo – um corpo, uma inteligência e uma vontade –, como os precisa para ser grande este pobre País de Portugal! Pobre e bem pobre! Ouve-se aí dizer a cada passo, nas ruas, nas associações, nas praças públicas, nos artigos dos jornais oposicionistas, porque para os outros isto vai sempre em mar de rosas, que Portugal está decadente, que nós caminhamos para o aniquilamento da nossa nacionalidade. (…) Uns atribuem a nossa decadência às crises políticas, outros ao avanço da ideia republicana, outros aos deputados, outros aos ministros, outros às influências árabes, para não irem mais longe buscar as influências célticas… Eu também não sei qual é a causa; mas são as ideias que governam e dirigem os povos, e são os grandes homens quem tem as grandes ideias. E nós não temos homens; e não temos homens, porque os não formamos, porque não nos importaram nunca métodos de educação. (…) Tudo se tem reformado, menos aquilo que na realidade o devia ser primeiro – o homem. Início de todas as reformas, era a ele que devia pensar-se em reformar primeiro, por meio duma sólida e completa educação, abrangendo o seu desenvolvimento físico, a sua formação moral e a sua cultura intelectual. (…) Há necessidade dos portugueses de ontem fazerem da mocidade o glorioso Portugal de amanhã – um Portugal forte, um Portugal instruído, um Portugal moralizado, um Portugal trabalhador e progressivo!
O Problema da Educação e a Reforma da Mentalidade
«Conferência» - pronunciada no Liceu de Viseu em 1 de Dezembro de 1909 e publicada no Jornal «A Folha». Dr. António de Oliveira Salazar Consultar todos os textos »»
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