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Nós temos mostrado, através das instituições, das leis e dos actos do Governo, a preocupação absorvente de reconduzir tudo e tudo integrar no plano nacional. A Nação tem estado sempre presente ao nosso espírito, não só como indefinível essência da continuidade histórica dos portugueses através dos séculos, mas como o seu património material e moral. Todos nos devemos a ela, todos nos sacrificamos pelos seus interesses superiores, todos beneficiamos directa ou indirectamente da sua grandeza e prestígio. Para que esse sentimento não possa ser atingido na sua intensidade afectiva ou como fonte de acção, tem sido necessário excluir da vida corrente, dado o desregramento passional dos portugueses, tudo que pudesse quebrar a unidade moral da Nação. Daqui vêm o empenho e cuidado em que as organizações culturais, recreativas, profissionais ou outras e, na medida do possível, os próprios órgãos da Administração, não se imiscuam nem sejam teatro de lutas partidárias, mas conduzam a sua vida livremente, apenas condicionada às grandes linhas do interesse nacional. Assim a Nação se nos tem apresentado como unidade que é ou deve ser dotada da homogeneidade e coesão no que é essencial à sua vida colectiva. E sobre essa base se lhe têm defendido a dignidade e o prestígio; e, partindo desse pressuposto, se tem governado na defesa intransigente do que se reputa, sem considerações estranhas, o interesse geral.
O Problema Político Interno: A NAÇÃO, O ESTADO E A IGREJA (09)
(«Ideias falsas e palavras vãs» — Discurso à U. N., em 23 de Fevereiro — «Discursos», Vol. IV págs. 201-202) – 1946
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