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Possuir a riqueza e usá-la em harmonia com os fins do homem e o progresso moral da humanidade; tê-la como um encargo confiado à nossa inteligência e à nossa iniciativa, para que façamos frutificar em benefício de todos; sujeitá-la a nós para que nos sirva e sirva os nossos irmãos mas não nos escravizarmos a ela, para que o Senhor nos veja pobres em espírito, — que enormíssima revolução! É a produção assegurada dos bens necessários à sustentação de todos, é consumo como aproveitamento e não é como utilização de bens; é o luxo reduzido a uma função de beleza; é a miséria vencida, é a tranquilidade na segurança do futuro. Tomar o trabalho próprio e alheio com amor, desempenhá-lo com zelo, aceitá-lo com alegria; ter o orgulho da profissão, pela consciência da sua utilidade e pela perfeição própria do trabalho executado; sentir a nobre honra de contribuir com um esforço útil para a colectividade e sentir o vexame duma ociosidade parasitária, — que revolução prodigiosa! É o rendimento do trabalho humano mais elevado, é uma quota elevada da riqueza distribuída a cada um, é uma mais equitativa repartição do trabalho no mundo, é um avanço enorme no caminho moral da humanidade, mais desembaraçada de preocupações materiais para a cultura do espírito.
O CORPORATIVISMO PORTUGUÊS (01)
(«A Paz de Cristo na classe operária pela SS. Eucaristia» — Discurso no Congresso Eucarístico de Braga, em 14 de Julho) – 1924 Consultar todos os textos »»
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