|
..:. TEXTOS
Foi a administração, que se diz exaustiva, que tornou possíveis recursos para a construção e restauração das estradas, para os trabalhos dos portos, para os encargos de empréstimos destinados a outras obras de fomento, quando tenhamos devidamente concluídos os respectivos planos. Por virtude da mesma administração foi possível criar a Caixa Nacional de Crédito — banco da agricultura e da indústria — e deixar livres para melhoramentos municipais e para aplicações agrícolas e fabris as centenas de milhares de contos que as economias privadas vão confiando à Caixa Económica Portuguesa. Não concorrendo o Estado a absorver, para despesas improdutivas, os novos capitais formados, as taxas de juro descem no Banco de Portugal, na banca privada, na Caixa Geral de Depósitos, e a usura vai sendo combatida nos seus redutos pelo País, sobretudo por crédito agrícola de maneio simples e concessão pronta, devendo notar-se que tal melhoria representa para o capital circulante da economia nacional desagravamento maior que a sobrecarga tributária. Estudam-se, ao mesmo tempo, as soluções para o problema hidroeléctrico, para que os grandes aproveitamentos a fazer sejam não valores financeiros, mas valores económicos primaciais no progresso do País, porque a eles se ligam o aumento da produção industrial e, em grande parte, o da agrícola, pela irrigação dos campos. Vê-se, nítido, o pensamento dominante acerca deste problema: a Ditadura trabalha para realizar três condições essenciais à produção — meios rápidos de transporte, crédito fácil, energia barata — e espera que, com a assistência dos técnicos e o auxílio protector das pautas, a produção do País aumente e melhore.
O Problema Social - Política de Fomento (01)
(«Ditadura administrativa e revolução política» — Discurso na Sala do Risco do Arsenal de Marinha, em 28 de Maio — «Discursos», Vol. I, págs. 54-55) – 1930 Consultar todos os textos »»
|