De tudo isto resultaram estradas mais largas e seguras, maiores possibilidades de tráfego pesado e veloz, redução de poeiras, maiores aderências dos veículos aos pavimentos, mais comodidade e segurança na circulação, menores desgastes dos pavimentos, nos pneumáticos e nos próprios veículos, menores avarias destes e menor gasto de combustíveis: enfim, mais económica e segura exploração da estrada, em benefício da economia e da prosperidade da Nação.
Disciplinou-se a construção nos povoados, ao longo das estradas, estabelecendo-lhes planos de alinhamento, de acordo com as circunstâncias e com as possibilidades locais. Reformou-se o regulamento da estrada, colocando-o a par das necessidade hodiernas. Estabeleceu-se o Plano Rodoviário e classificaram-se as estradas em novos moldes. Nele se modernizaram as características técnicas das estradas, colocando-as à altura das necessidades da época, tanto no que respeita a larguras, como a declives, curvas de concordância e pavimentos.
Estenderam-se do continente à ilhas adjacentes da Madeira e Açores os benefícios da criação de redes de transportes.
Durante doze anos, de 1933 ao fim de 1944, foi a Junta Autónoma das Estradas encarregada também dos serviços de melhoramentos rurais, que se levaram a todos os recantos do País, prestando às diversas regiões auxílio e estímulo criador de novas actividades.
O que foi essa obra ocioso será salientá-lo.
O volume e a natureza dos trabalhos feitos fizeram deles, desde 1954, um dos mais importantes sectores da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização, recentemente criada.
Os benefícios prestados ao País, abrangeram estradas e caminhos municipais e vicinais, abastecimentos de águas, canalizadas ou não, cemitérios, pontes, lavadouros e tantas outras obras de interesse local, produzindo grandes somas de trabalho, ocupando inúmeros braços e utilizando verbas consideráveis, em grande parte comparticipadas pelo Fundo de Desemprego.
Vai entrar-se agora em nova fase. Do abalo sofrido pelo ritmo dos trabalhos durante a guerra última renasce a Junta com actividade e vigor novos para os novos cometimentos.
É que se não pode adormecer à sombra dos louros colhidos. A Nação espera caminhar de fronte erguida na senda do progresso, sempre forte e cheia de vida; e a vida sem estradas esvai-se, acaba. Portugal não quer morrer. A Junta não o deixará soçobrar por falta de boas vias.
Às novas técnicas corresponde o novo ardor – a vida que se prolonga.
(Fim)
Luís da Costa de Sousa Macedo
General
Presidente da Junta Autónoma de Estradas
(Parte CXXXV de …)
15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (135)
(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – ESTRADAS E PONTES – Luís da Costa de Sousa Macedo – General – Presidente da Junta Autónoma de Estradas)