16 de abril de 2024   


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OUTRAS OBRAS

Além dos trabalhos descritos para os dois grandes estabelecimentos da marinha, a Comissão de Obras da Base Naval de Lisboa realizou outras obras, de natureza essencialmente marítima, de que foi superiormente encarregada. Referimo-nos à doca de Paço de Arcos e seus anexos, para o antigo Grupo de Defesa Submarina da Costa, hoje em utilização pelo Ministério da Marinha (Direcção do Serviço de Faróis), e a instalações complementares do Arsenal do Alfeite.

Doca de Paço de Arcos. – O estudo e a execução desta obra foram atribuídos ao Ministério das Obras Públicas e Comunicações pelo decreto-lei n.º 29.936. a decisão de a realizar resultou do facto de o traçada da marginal Lisboa-Cascais colidir com o acesso ao mar das instalações da referida unidade do exército.
A doca, para abrigo das embarcações e segurança das fainas de carga e descarga de minas submarinas de defesa, está localizada um pouco a jusante de Paço de Arcos. Constituem-na dois molhes de alvenaria enraizada em terra, que entre si deixam uma entrada para o movimento das embarcações. A zona líquida abrigada foi dragada à cota – 2.00, para o que se tornou necessário proceder a quebramento da rocha numa área apreciável.
Anexos à doca foram construídos um cais acostável, planos inclinados para alagem dos barcos, um grande hangar para embarcações até 30 toneladas e montadas vias férreas, aparelhagem mecânica para alar as embarcações, guindaste e outros acessórios indispensáveis ao serviço da defesa submarina fixa do porto de Lisboa.
Recentemente, em consequência da evolução dos meios de defesa dos portos verificada durante a guerra, foi pelo Governo resolvido pôr de parte o sistema de defesa para que fora construída a instalação e entregar esta ao Ministério da Marinha, que dela está fazendo excelente utilização.
Teve pois, apesar daquela circunstância, pleno aproveitamento a soma gasta na realização da obra, no montante de cerca de 10.000 contos.

Instalações complementares para o Arsenal do Alfeite. – O Arsenal do Alfeite, notável estabelecimento fabril do Ministério da Marinha, substituiu o antigo arsenal da Marinha, edificado no histórico local da Ribeira das Naus, berço da nossa famosa construção naval de madeira, da época áurea dos Descobrimentos.
A sua construção foi decidida ainda no tempo da Monarquia, mas só mais tarde, já no actual regime, sob a presidência de Sidónio Pais, se criou, para a realizar, a Junta Autónoma das Obras do Novo Arsenal, à qual competia também «dar execução aos trabalhos da Escola Naval, Corpo de Marinheiros e bairro operário».
Diversas dificuldade impediram, porém, que se desse rápida andamento à grande obra.
Data de 1926 a lei que estabeleceu as bases para o concurso público da construção do Novo Arsenal, sem encargos para o Estado.
Aberto o primeiro concurso, ficou deserto. Surgiu depois a ideia de realizar a obra por conta das reparações alemãs, e abre-se novo concurso, que foi ganho pela firma Grün & Bilfinger A. G., de Mannheim.
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Em Novembro de 1932, quando começavam a ser lançados à água os primeiros navios do programa naval, o Governo resolve entregar as obras ao Ministério das Obras Públicas, cujo Ministro, o saudoso e malogrado engenheiro Duarte Pacheco, procura, com o seu costumado dinamismo, terminá-las rapidamente.
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Em 1937 era criada a Comissão de Obras da Base Naval de Lisboa, com a missão já atrás descrita. Estava naturalmente indicado que a ela fosse atribuída a realização de algumas obras cuja necessidade a experiência de laboração do novo Arsenal fora pondo em evidência: uma carreira para navios até 140 metros de comprimento, duas pontes-cais e cais acostável (prolongamento do existente).
Na sua execução e em dragagens para a utilização conveniente das instalações despenderam-se cerca de 15.500 contos.

Eis, a traços largos, o trabalho realizado pela Comissão de Obras da Base Naval de Lisboa nestes nove anos da sua existência.
Nada menos de 114.000 contos gastos pelo Estado no prosseguimento da sua política de ressurgimento da marinha de guerra. O último conflito, durante o qual, e a despeito de nele não participarmos, a marinha prestou tão importantes, posto que silenciosos, serviços, demonstrou bem como essa política foi da maior utilidade para o País.
Se a eles juntarmos a soma despendida na construção do Arsenal, que, em números redondos, poderemos computar, sem exagero, em 200.000 contos, obteremos a bonita cifra de 314.000 contos, investida só neste sector de estabelecimentos da marinha!
Mas quantas centenas de milhares mais consumidas por outros organismos do Ministério das Obras Públicas na construção, reparação ou ampliação de estações ou postos de radiocomunicações, escolas, capitanias, etc., e pelo próprio Ministério da Marinha, na aquisição de novas unidades e na renovação das existentes, haveria que adicionar-lhe ainda, para bem se avaliar do formidável esforço financeiro feito pela Nação nos últimos três lustros em prol da armada nacional!
Bem haja quem o tornou possível!

Joaquim de Sousa Uva
Capitão de Fragata
Presidente da Comissão de Obras da Base Naval de Lisboa

(Parte LXXVIII de …)


15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 (078)

(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – BASE NAVAL DE LISBOA – Joaquim de Sousa Uva – Capitão de Fragata – Presidente da Comissão de Obras da Base Naval de Lisboa)

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