19 de abril de 2024   
>> PÁGINA INICIAL/TEXTOS
..:. TEXTOS

(Continuação)

cido, subsiste todavia, como resíduo atávico no fundo intelectual de muita gente que pensa em política. Visivelmente esta minha maneira de pensar condena todas as tentativas de opressão feitas sobre a consciência alheia, seja em nome de uma doutrina política ou religiosa.
Resistamos heroicamente a tudo quanto pretenda fazer no espírito cívico do povo português mutilações de personalidades.
Outra opinião, a do sr. Ramada Curto, dita no julgamento do «Angola e Metrópole»:
Apesar de me encontrar num campo político e doutrinário completamente oposto ao sr. dr. Oliveira Salazar, eu afirmo daqui a minha admiração pelo talento e pelas altas qualidades do actual ministro das Finanças.
Digo-o porque o sinto. Pois eu, se o pudesse fazer, aconselharia o sr. dr. Oliveira Salazar a fazer o inquérito ao banco e às suas contas por uma comissão não apenas de técnicos mas de juízes.
E, finalmente, a de Homem Cristo sintetizada nestas palavras que ele escreveu depois de ter atirado com a clava sobre uns imbecis que lhe morderam por ele defender Salazar.
Diz ele no n.°154 do seu jornal de 18 de Maio de 1931:
Ora a obra do sr. dr. Oliveira Salazar pode ser discutível. Mas é boa. «E’ inteligente, é sincera, é honesta; é útil ao país.»
Mas que valem as opiniões dos estrangeiros, dos parvos estrangeiros que compram por bom dinheiro papéis portugueses?
Que vale a opinião de Costa Ferreira ou de Homem Cristo?
Que vale a opinião de pessoas que não vivem nem pretendem viver à custa da política?
Que valem as opiniões dos peritos financeiros que escrevem nos jornais lá de fora?
Que vale o trecho da entrevista que segue, concedida por Titulesco, ministro da Roménia, ao Século?
— Ei-lo:
Tenho o mais vivo desejo de conhecer, pessoalmente, o sr. dr. O. S. com quem espera encontrar-me, ainda hoje, se a sua saúde o permitir.
Admito-o profundamente, e tive o orgulho, ao ler os seus relatórios de ver confirmada na sua obra alguns dos princípios da ordem prática que me
orientaram a mim, no Ministério das Finanças do meu país. «Plus cela change, plus c’est la même chose.»
Que vale este depoimento para a canalha?
Não vale nada. Que vale vermos Snowden na Inglaterra fazer o que Salazar aqui faz — cortar — mas lá «sobre o joelho», do que redundou a semigreve da Esquadra Britânica?
Que importa nós vermos na Itália cortar nos vencimentos e carregar nos impostos?
Que importa por todo esse mundo fora nós vermos, afinal, seguir à valentona o sistema de cá, — pôr uma ditadura e um ditador nas Finanças?
Que importa tudo isso? Não diz o Cunha Leal e a Perpétua que nós nunca estivemos tão mal? Calcule V. Exª sr. Dr. O. Salazar, que as vozes de burro chegavam ao céu da sua religião:
Lá estava V.Exª desgraçado... sem o S. Pedro lhe abrir a porta.
E ocorreu-me agora mostrar como os processos que usa a canalha política, — a que se julga dona dos países por ter montado a máquina eleitoral que mentirosamente lhe dá os votos — são iguais de ocidente a oriente.
Vimos como a escola da engenheira Perpétua pretende provar que, por virtude da crise mundial, e visto a balança portuguesa ser deficitária, nós devíamos estar podres de ricos e sem apreensões...
Ora muito bem. No Temps de 29 de Maio de 1931 o correspondente de Varsóvia relata que apesar dos grandes, formidáveis serviços prestados pelo marechal Pilsudsky ao seu país, os seus adversários políticos se servem de todas as falsidades para o atacar.
Ora um dos meios de ataque é... o que a Escola Perpétua, mutatis-mutandis, usa para o marechal de cá: — Salazar.

EM DEFESA DO REGIME (11)

Da Pulhice do «Homo Sapiens» de Humberto Delgado. 1933, pág. 228 a 230. Salazar, a Perpétua e o Cunha Leal. — Opiniões de Homens sobre Salazar. — Os orçamentos. — Para que servia afinal o Parlamento?

Consultar todos os textos »»

 
Música de fundo: "PILGRIM'S CHORUS", from "TANNHÄUSER OPERA", Author RICHARD WAGNER
«Salazar - O Obreiro da Pátria» - Marca Nacional (registada) nº 484579
Site criado por Site criado por PRO Designed :: ADVANCED LINES